terça-feira, 31 de dezembro de 2013

mais um trinta e um


se vai
outro -
mais um!
quantos mais?
quantos ao todo?
e a pergunta
que realmente
fica:
de quantos preciso?


um pedaço
meu
tá sempre de malas prontas, ansioso.
enquanto o outro,
curioso,
quer caminhar devagar.
ver o que há pra se ver
e viver
um pouco
Mais.


e o que habita
esse dia
é misto
de ânsias
e calmaria.
desassosego na alma
(que aproveita a ocasião
pra pôr a cara pra fora
e tomar um
vento)

sábado, 28 de dezembro de 2013

me apresso. porque não tenho tintas para pintar. nem mãos de pintora. e porque não tenho uma câmera fotográfica que faça jus ao que eu vejo agora pela janela.

a moldura do quadro se faz de vidro sujo, meia janela aberta e prédios enegrecidos pela noite que ainda não se foi por completo. mas já piam passarinhos. e a tela. ah, a tela. é o fundo azul, de escuro a claro, conforme baixo os olhos, acrescido de uma borda inferior: uma pincelada grossa, laranja e rosa com traços de cinza, mesclados a um amarelo que já desponta.

(conforme respiro as nuvens vão se espalhando. um pincel de vento que espalha a cor. e um vermelho muito intenso se mostra num ponto que antes não existia. olha quem vem chegando.)
sou rio, sou água doce
fundo de pedras
correnteza forte que puxa
os troncos da margem

tu é mar, água salgada
e ampla, cujo fundo não se vê
onda que bate,
maré que sobe

e no meu fim,
te encontro

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

eu só peço a Deus...

eles podem não me entender, mas eles se esforçam tanto nesse sentido! e que prova maior de amor do que tentar fazer parte da vida de alguém cuja vida desafia tudo em que se acredita piamente? eles me amam tanto que me dá esse nó na garganta. penso que talvez eu nunca seja capaz de amar assim. na verdade, como eu já cantava desde bem cedo, imitando a voz da cássia (e criando a minha no processo): eu sou poeta e não aprendi a amar.

sábado, 21 de dezembro de 2013

lixo. luxo. lixa. luxação. luxemburgo.
pito. puta. pétreo. pátria. pútrida.
casca. casco. cisco. cusco. cosca.

quimera. quina. (a)quarela. (a)quário.
corte. curto. carta. certa.
Cena. sina. sino. sono.
tiro. tarô. toró. tara.

banda. bunda. bonde.
umbigo. umbanda. umbu.

pó. pé.
só. si.


Quintanando a nuvem do Mario

a mesma nuvenzinha sonhadora,
que pairava no céu azul de Porto Alegre
quando o Poeta escrevia "A Carta",
agora passa pela minha janela...
e me pergunta se não lhe escrevo outro verso.
bem que eu quis!
mas o vento soprou forte enquanto eu media palavras
e levou a nuvenzinha pra longe.
tudo bem! creio eu que o vento sabe pra onde sopra
(e deixo a janela aberta, caso ela volte)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

tiro o pó do livro de sonetos
e florbela (me) espanca!

-
Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço... 
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...


Florbela Espanca (Sonetos)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

o mantra

eu não sou o umbigo do mundo

sábado, 14 de dezembro de 2013

e é possível que eu não chegasse a calçar um chinelo pra ir correndo te encontrar

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

um pouco antes do sol

eu gosto do silêncio. o silêncio que nunca é, de fato, silencioso. que permite o ritmo do mundo de compôr sem interrupção. só a passagem irregular de automóveis na rua. os insetos. passarinhos, talvez? uma voz que causa eco. as teclas que descem sob os meus dedos, na batida do pensamento. (e meu sangue no contratempo, como sempre).
"tu até enxerga... mas pra ver..!"

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

"a penny for your thoughts"
se eu ganhasse, de fato, um centavo por vez que me disseram isso, hoje teria nenhum centavo a mais ou a menos do que já tenho. saio tagarelando muito antes de despertar possível curiosidade e atrair centavo-investidores.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Deve haver algum sentido no fato de Stanley Polansky ter nascido. Será que eu nasci só para comer, foder, cagar como todos os outros animais que enchem o planeta com seus excrementos? Deve existir um sentido mais profundo, um intuito mais elevado.
Por quê? Por que deve existir um sentido mais profundo e um intuito mais elevado? Egoísta, egomaníaco! Quem é você, e como é que você pode determinar que tem, que há de existir um sentido no fato de você existir? Os insetos se preocupam com os motivos de sua existência? Eles estão ali. Comem, vivem, morrem, e são insetos, baratas. Eles nunca se olham no espelho num dia qualquer, dizendo: Senhora barata, por que você está se olhando no espelho? A barata simplesmente sobe pelo espelho à cata de mais uma migalhinha de comida, ou talvez à procura de uma outra barata.
Então, meu amigo, de que forma você é diferente de uma barata? Você se levanta de manhã, e como a barata, vai procurar sua comidinha. Depois, igualzinho à barata, anda por aí, procurando por outra barata igual à você.
- Mas existe um sentido mais profundo!
- Quem disse que tem?
- Eu digo!
- Você, uma barata. Quem é você, para poder falar?
- Eu sou um homem.
- Você já falou isso antes, mas o que é um homem? Quais livros definem o que é um homem? Quem disse que você é mais do que uma barata? Tudo não passa de uma ilusão, ouviu? É tudo um sonho. É uma fantasia. É algo que anda cutucando um cérebro atormentado, repetindo-se sempre como um disco quebrado: Eu sou alguém, eu sou alguém. Pois você não é ninguém. O que você me diz disto?
- Impossível.
- Impossível, por quê? Você não consegue aceitar a possibilidade de você ser ninguém?
- Não, meu Deus, eu não posso."

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

não tem suspiro NESSE MUNDO que dê conta.. eu engato um no outro - como quem acende um novo cigarro no último - mas meu coração segue disparado! a cabeça continua vagando solta por ruas que (ainda) nem conheço e meu suor só lamenta não poder se derramar por cima de ti...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

como pode?

que agora sempre que eu fecho meu olho, eu vejo o teu!

domingo, 1 de dezembro de 2013

shall we?

ciente de que a graça passa
mais uma dança ardente
em sua presença fugaz!
i got that summertime
summertime MADNESS

sábado, 30 de novembro de 2013

um tempo pra que esse ar resfrie, pra que essa cola grude, pra que esse cigarro se finde.
e tempo que é, de fato, tempo, não se conta. não há divisão possível entre tempos-espaços que não existem! mas existo no meio-tempo. sou a pessoa do intervalo. pontuo, intercalo, intervenho. caibo nesse espaço sem fim de um segundo impreciso.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

chove que é pra molhar. que é pra quem é de açúcar se derreter. adocicar - gota a gota - esses bueiros de cidade grande.

sábado, 23 de novembro de 2013

verbalizar.

difícil! quando eu fecho o olho e rebobino, são só sensações que me vem. as palavras saem de fininho ou se despedaçam assim que eu abro a boca. essa impressão de teia frágil que se rompe mas não desgruda das mãos. (e se eu estiver escorrendo pra dentro, como tu diz, corro sérios riscos de explodir. vai respingar mel pra todo lado. abre essa boca e me engole! quero viajar dentro de ti de novo...)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

o Começo

a Racionalidade foi a última a sentar-se à mesa. dos que agora compunham a cena, Sem-Nome havia sido o primeiro lá. não veio de lugar nenhum. sempre estivera ali, encarando - mesmo sem olhos - o vazio que se estendia a frente. do nada fez-se uma porta (ou talvez tenha brotado do chão. que chão? não havia chão. era o nada, o nada em tudo que se via. só que não se via porque ainda não havia quem visse, nem o que se ver). dela saiu a Forma. veio meio que se esparramando, afinal era só Sem-Nome e espaço ao seu redor. não foi difícil tomar conta. agora Sem-Nome tinha tamanho e peso e cor. eis que entra em jogo o Paradoxo. ele grita de fora e Sem-Nome quer se espalhar, aí grita de dentro e Sem-Nome quer se encolher. Sem-Nome então se espalha sem nunca arrebentar as pequenas cordinhas. pode ir e voltar por elas. transitar entre fora e dentro como bem entender. o penúltimo convidado chega. Emoção brota de dentro fazendo vibrar cada cordinha do arranjo. e aquela teia que Sem-Nome havia feito de si agora era uma harpa cujas notas surpreendiam seu próprio acidental autor. e foi só depois de muita música que a porta rangeu pela última vez. Racionalidade deu duas batidas antes de entrar, não queria ser inconveniente. limpou as botas antes de adentrar o recinto. cumprimentou a todos educadamente e se sentou. todos se olharam sem entender. mas como assim "entendimento"? isso sequer era palavra. palavras ainda não o eram, de forma geral. apesar da limitação linguística, estava instaurado para todo o sempre o desconforto de se saber não-sabedor.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

podia ter acabado umas oito vezes e pra sempre?
-JúliaBot

mas to morrendo de saudade imensa pra dançar, faz um fuzuê.
-JúliaBot

brisa suave em si. acho que me diz tudo
-JúliaBot

mas to ME CAGANDO e fodendo.
-JúliaBot

falar é fácil, quero ver é por.. tudo
-JúliaBot

duas temporadas no deserto e eu morrendo aqui.
-JúliaBot

achei um canal no meu mundinho imaginário os outros ou alguns em algum lugar obscuro.
-JúliaBot

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

cada pedacinho do corpo vibrando intensamente na expectativa.
eu já sei do potencial curativo que se aproxima, só preciso entrar de cabeça e
não olhar pra trás.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

há de existir um outro conjunto de curvas que me torçam por dentro de tal forma a me causar sufocação nas noites em que as memórias resolvem por si me aquecer o corpo

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

things will get better.
but i won't be around to tell you that.

(como se fizesse alguma diferença. como se eu fizesse alguma diferença)
(já conto o décimo sétimo arrepio na espinha)
a fração de segundo do engano.
foi como descer um outro último degrau depois que o pé já bateu no chão.

mas a cada um o vício que lhe cabe.
o vício do ontem vai te engolir. já me engoliu também.

(esperneia dentro da barriga dele. com sorte, induz o vômito)

essencial é

ouvir atentamente o silêncio que vem de dentro.
ele diz: calma. e me rasga o peito com a língua afiada.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

transformar sons em símbolos:
grunhido, chiado, zumbido, gemido.
e o que é que o vento faz?
se mete nas frestas, assobia palavras estranhas.
e as folhas rodam, rodam - brincam de viver depois da morte.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

e é só falta de água

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

corto - corda a corda - a teia que se estende daqui até aí.
mas tem fio saindo de onde nem vejo. fiapos soltos que já não prendem mas contam histórias. é trama de tecido e de novela. é novelo de lã que rola solto e me prende os pés.
seria laço se não fosse nó.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

confusing

passa a vida inteiro tentando achar o centro do labirinto.
até descobrir que está em uma estrada reta.

domingo, 27 de outubro de 2013

is that too much to ask?

um mundo onde as pessoas não tenham casa, porque a casa delas é o mundo inteiro. onde as pessoas não precisem ser constantemente lembradas de "serem elas mesmas" porque já são elas desde sempre, o tempo inteiro. um mundo onde o conceito de liberdade não seja utópico pois é vivo. um mundo onde se possa existir ao invés de resistir.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

é essa sensação de não ter mais casa que me deixa aflita. eu fiz morada em ti porque não sabia ser sem-teto. e agora a chuva cai sobre a minha cabeça baixa e eu não sei se procuro abrigo ou se espero a alma desencardir.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

pra cada caminho batido, um mundo de mata virgem a frente. me dá fôlego pensar nos outros eus que eu ainda posso ser.

domingo, 20 de outubro de 2013

pra cada caminho trilhado, um mundo que fica pra trás. me sufoca pensar nos outros eus que eu poderia ser.

sábado, 28 de setembro de 2013

there's always time.
until there's not.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

o que sai da gente é o que a gente põe pra dentro.

domingo, 22 de setembro de 2013

escolhas

um par de sapatos que te apertam os pés ou a insegurança de trilhar essa vida descalço?

sábado, 14 de setembro de 2013

a carta

meu velho, passei o dia inteiro tentando escrever algo aqui. não pra ti, que eu sei que tu já teve que passar o dia inteiro me ouvindo ensaiar isso em pensamento. mas pra nós que ficamos aqui e ainda estamos (sur)presos. inevitável a dor, a revolta, a sensação de que não existe sentido nenhum em nada disso. mas ao mesmo tempo as lembranças que guardo de ti são justamente de conversas que colocam dias como esse em perspectiva. e por mais que eu ainda vá, no meu egoísmo, sentir tua falta e imaginar tudo o que poderia ter sido, eu me sinto racionalmente compelida a pensar nesse dia como um dia alegre. o dia em que tu deixou de ser só um e passou a ser todos nós que te amamos. se vivêssemos no "se", talvez o dia tivesse amanhecido cinza por tudo que não pôde ser. mas vivemos no que é e hoje o sol brilhou no céu como nunca - tua luz é tamanha que não poderia ser diferente. entendo a indignação que fervilha pela injustiça de uma partida tão repentina. mas não admito pensar num mundo feio em função da feiúra dos que te abordaram. um mundo feio não teria produzido um samuel pra começo de conversa. tua passagem por aqui deixou marcas indeléveis - cada uma delas agora é semente-de-samuel dentro da gente. aguardamos agora a chuva que te fará brotar. um abraço apertado, irmão, e até logo mais.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

numbing myself has become uneffective

(as I continue to unravel it all)


at times, I feel it's here

(warming my guts gently)


and the mind goes blank

still water (like a mirror inside me)


a drop falls and it's gone.






quarta-feira, 4 de setembro de 2013

bora bora

bora? bora! ou a ilha dos convites aceitos

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

conselhos

construir um esqueleto de texto.
ossos-palavras de sentido que segurem meus floreios vazios.
mas mesmo assim, tudo que eu teria é um cabide calcificado pra jogar adjetivos em cima.
onde estão os orgãos?
que verbo flui como sangue e alimenta cada trama gramatical que teço?
me sobra fôlego e me faltam pulmões.
a comida entra pela boca sempre aberta, mandíbula escancarada -
que falta fazem os conectivos! - e cai no chão.
não tenho estômago pra segurar tanto substantivo abstrato.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

someday we'll know

(e eu espero esse dia chegar)

domingo, 4 de agosto de 2013

ao infinito e além!

"The divine perfection is the asymptote of human life to which it is always striving, and always
approaching, though it can only be reached in infinity."

a vocês que falam de 'amor':
quantos de vocês falam de amor de fato?
e quantos falam de paixão, de afeto, de carinho, de necessidade, de costume?

a vocês que querem 'amar':
quantos de vocês estão dispostos a esquecer de si?
e quantos querem amar um amor em doses racionalmente dispostas que não os permita negligenciar o próprio umbigo?

a vocês que querem 'sentir-se amados':
quantos de vocês se permitiram receber o amor oferecido?
e quantos medem, pesam, duvidam, idealizam e julgam antes de se abrir para a possibilidade?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

"Pode-se explicar ao homem mais ignorante as coisas mais abstratas, se ele delas ainda não tem noção alguma; mas não se pode explicar a coisa mais simples ao homem mais inteligente, se ele está firmemente convencido de saber muito bem o que se lhe quer ensinar. A doutrina de Cristo apresenta-se aos homens de nosso tempo como uma doutrina perfeitamente conhecida desde há muito em seus mínimos detalhes, e que não pode ser compreendida de modo diverso do que o é atualmente. O cristianismo é, assim, para os fiéis, uma revelação sobrenatural, milagrosa, de tudo o que é dito no Credo. Para os livres-pensadores é uma manifestação esgotada do desejo que têm os homens de crer no sobrenatural, um fenômeno histórico que encontrou sua expressão definitiva no catolicismo, na ortodoxia, no protestantismo, e que para nós não mais possui qualquer significado prático."

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

o exercício

o desafio é deixar fluir pra dentro assim como pra fora.
e meu interior está tão seco que sei que demora até eu ver transbordar.

terça-feira, 30 de julho de 2013

lógica

Ora, só os livres podem construir a sociedade dos livres.

(e só o Amor liberta)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

as estrelas se alinham

hoje é, de fato, um dia de maior claridade.
a claridade é tanta que não vejo mais, só sinto.

é a Vontade e o Pensamento que fluem, despidos de tudo que os possa contaminar.

a epifania da vida

(era meio óbvio, mas as fichas custam a cair)

sábado, 27 de julho de 2013

gullible

is the only word that is not in the dictionary.

- omg, for realz?

sábado, 20 de julho de 2013

gray

cause no other color really captures it all

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dear Jesus (whatever your real name is), there are a couple things I need to get off my chest. I know our relationship has been through a lot, but I want you to know I really feel for that. I honestly thought I was doing the right thing and, stubborn as you fucking made me, I stand by it. I'm well aware I compromised the most beautiful thing I had ever had just to feel better about myself - and that is quite selfish, I admit. But I believe it was just a bump on the road. I'll be back on track. And for a long time I trusted myself, and myself alone, to do it. Again, I always felt that was the right thing to do. But stubborn as I may be, I'm not stupid, you know (and that's also thanks to you. And I really appreciate that!). I realize it now. It's not about how I live my life. It's just about letting you be a part of it. It's about accepting your love, knowing that, even though I might not feel worthy of it, I am. You made me perfect in my own way and I don't think I ever said I'm grateful for that. Tonight, I just want to say thank you. For everything. And sorry for taking so long to do this.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

um dia desses

o mundo vai acordar diferente. vai acordar do avesso.
talvez nesse dia eu levante da cama.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

marchinha

chiquita bacana, lá da martinica,
se veste com uma casca de banana nanica.
não usa vestido, não usa calção...
inverno, pra ela, é pleno verão!
existencialista - com toda razão -
só faz o que manda o seu coração

segunda-feira, 24 de junho de 2013

um
ti (-ro)
no

domingo, 16 de junho de 2013

and here comes the self-loathing

é sempre bom lembrar pra quê eu sirvo

terça-feira, 11 de junho de 2013

domingo, 9 de junho de 2013

antes de ir

eu vou recolher minhas meias sem par pela casa. vou escolher meus casacos mais quentinhos porque não se sabe do tempo lá fora. meus livros que fiquem por aqui mesmo, não tenho muito espaço (talvez eu leve só o meu Quintana de bolso. melhor relação qualidade x tamanho não há). o computador eu não pretendo levar. também não pretendo deixar pra trás. minhas soluções vão de botar fogo a selar com um adesivo de 'NUCLEAR HAZARD - STAY AWAY'. veremos ainda.

aos que, por algum motivo, se perguntam onde eu fui/vou parar, vou ser honesta:
não sei. e se alguém descobrir... por favor, não me conte.


i already told you i don't wanna talk about it.
leave it.

domingo, 2 de junho de 2013

from ashes to ashes

sexta-feira, 31 de maio de 2013

e lá vem aquela introdução de vômito...
sobe a garganta - queimando - e volta.

(SAI DE MIM). eu aperto minha mão bem forte mas não ajuda em nada

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Invictus

(...)
I am the master of my fate.
I am the captain of my soul.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

às vezes eu tenho a sensação arrebatadora de uma mão com unhas longas que me crava do pescoço ao ventre e arranca meus orgãos internos num movimento ágil

domingo, 12 de maio de 2013

a imagem nítida entrecortada por pequenos momentos de distorção, como no canal que não pega bem. a voz do sílvio caldas interrompida de súbito por um catarro na garganta. um cisco no olho quando admirava uma bela paisagem.

sábado, 4 de maio de 2013

domingo, 28 de abril de 2013

Bab'Aziz

There are as many paths to God as there are souls on Earth.

*

- But where is this gathering?
- I don't know, my little angel.
- But do the others know?
- No, they don't know either.
- How can you go to a gathering without knowing where it is?
- It suffices to walk, just walk. Those who are invited will find the way.

*

My son, don't be satisfied with a drop of water.
You have to throw yourself into His stream.

*

- If the baby in the darkness of its mother's womb were told: "Outside, there's a world of life, with high mountains, great seas, undulating planes, beautiful gardens in blossom, a sky full of stars and a blazing sun... And you, facing all these marvels, stay enclosed in this darkness...", the unborn child, knowing nothing about these marvels, would not believe any of these. Like us, when we're facing death. That's why we're afraid.
- But there can't be light in death because it is the end of everything.
- How can death be end of something that doesn't have a beginning? Hassan, my son, don't be sad at my wedding night.
- Your wedding night?
- Yes. My marriage with eternity.

*

The people of this world are like the three butterflies in front of a candle's flame.
The first one went closer and said "I know about love".
The second one touched the flame, lightly, with his wings and said: "I know how love's fire can burn".
The third one threw himself into the heart of the flame and was consumed. He alone knows what true love is.

*

He who has faith will never get lost, my little angel.
He who is at peace won't lost his way.

domingo, 21 de abril de 2013

"Sin is its own punishment."

domingo, 14 de abril de 2013

my tummy hurts

sexta-feira, 12 de abril de 2013

essa tinta preta quem incrustou em mim foi tu.
(mas fui eu que te pedi pra que o fizesse)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

a superfície, límpida como um espelho, não falava do que se punha debaixo de toda aquela água.

domingo, 7 de abril de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

sobre a coceira n'alma

"What is the reason for this gnawing dissatisfaction? The world's great spiritual traditions all give the same answer: we are not entirely at home in this world of change and death. The body may belong, but the spirit is in exile here, a wanderer, a stranger in a strange land. And we long for home"

segunda-feira, 1 de abril de 2013

uma parada

leio as promessas do povo de parar a cidade.
penso no tempo parado que o feriadão me tinha dado de presente.
horas e horas sem contar horas. minutos infindos de despreocupação com o tempo.
mas a volta pra casa traz o tiquetaquear forte aos meus ouvidos de novo.
meus segundos não contados passaram arrastados pra tantos outros corações desalentados.
e esses relógios compassados e ao mesmo tempo tão discrepantes não param.
a cidade vai parar, as vidas estacionarão em seus momentos difíceis, as pausas de café serão feitas, as engrenagens enferrujarão. mas o tempo permanecerá inflexível aos clamores de trégua. e talvez só por isso as engrenagens possam ser vistoriadas, os cigarros fumados, os passageiros restantes acalentados em suas dores e os protestos ouvidos.



quinta-feira, 28 de março de 2013

kintsukuroi

distance being the gold

quarta-feira, 27 de março de 2013

Deus erra.

afinal, é humano e filho de Deus.

quinta-feira, 21 de março de 2013

gala, galo, galinha, galão, galante, galocha.

terça-feira, 19 de março de 2013

tom jobim sabia das coisas

assim, de uma semana pra outra, o vento já bate mais forte e as águas de março descem pra fechar bem o verão. e o que mais gosto nesse fim é que ele já tem jeito de próxima estação. tem, como diz a letra, promessa de vida. todo vento gelado que me pega a caminho de algum lugar parece soprar à favor. sempre que chega o outono, volto a ter 17 anos e a sentir porto alegre pela primeira vez. aquele olhar de criança frente ao mundo inteiro. aquela esperança boba e implacável de que vai dar tudo certo.

domingo, 17 de março de 2013

lentidão pedagógica

ser ansioso é tido pela vida como crime inafiançável. e não tem jeitinho brasileiro, charme ou dinheiro por baixo dos panos que dê jeito na situação. é preciso que haja punição para a já torturada pilha-de-nervos.

tudo a seu tempo, grita o tempo. ela o manda tomar no cu. mesmo estando errada.


segunda-feira, 11 de março de 2013

"he's (...) like a rhinoceros running full force in one direction until he's exhausted. and then he tries something else"

adam driver on his girls character, adam sackler

sexta-feira, 8 de março de 2013

craving

(noun)
great or eager desire; yearning

quinta-feira, 7 de março de 2013

(both) remarkable and stupid

foi uma epifania tão breve que só o título custou toda a história.
-

algo mais iria aqui, mas essa inspiração também se foi assim que veio. possivelmente não tenha sequer existido. impressões viram fatos e voltam a ser impressões num ritmo mais acelerado do que eu consigo acompanhar, infelizmente.

segunda-feira, 4 de março de 2013

o destino incerto, o balanço constante. temporariamente desgostosa com o movimento do mar, lanço a âncora. ao invés do esperado som de água, um silêncio estranho: ela resolve desrespeitar a gravidade e empinar feito uma pipa. o vento sopra forte e depois de um sinal assim tão claro, eu deixo a pausa pra depois.

sexta-feira, 1 de março de 2013

i feel so comfortable in my sleep, waking up is a nightmare

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

do terceiro lado da moeda

sempre que vejo um céu estrelado me obrigo a praticar minha noção de profundidade. essa falsa impressão de que o que estamos vendo é uma pintura ou um pano com infinitos furinhos lançado sobre a redoma em que vivemos exige esforços monumentais para se desfazer.
suponho que essa tendência de achatar a realidade se estenda a como nos vemos e, em especial, a como percebemos os outros. preferimos uma percepção simplificada às nuances delicadas que uma terceira dimensão oferece. odeio concluir um texto numa constatação pessimista, mas me obrigo a dizer: nossa chatice achata tudo a nossa volta.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

ao reflexo no espelho

me olhas com esses dois pontos pretos famintos de luz. tentas me convencer de que estou a ver minha própria imagem. mas sei que não estou por trás desse espelho. deixei minha luz em outro lugar. e por mais que eu ceda sorrisos ocasionais, o faço para me certificar de que as vinte e oito testemunhas ainda estão em bom estado. posso precisar delas algum dia desses.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

mesmo de longe, quando teu coração aperta, parece que eu sinto daqui.
mas não tem palavra que vá desatar o teu nó. nem gesto que vá aplacar a tua dor. 

no entanto, o tempo passa - com ou sem nossa permissão.
espero que os dias te permitam ver além dessas nuvens escuras que te cercam.
e desejo muito sinceramente que tu consiga achar um jeito de ser feliz, apesar de todo pesar.

(se teu aperto me sufoca, que o meu carinho faça o trajeto de volta e te encontre. mesmo de longe)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

a lua (uma fração dela) parecia ter se cansado das alturas e pairava baixa, quase laranja, no céu escuro. eu fiquei me despedindo enquanto ela descia. parecia fogo, depois poste de luz e por fim, uma brasa de cigarro. apaguei o meu próprio cigarro e fui dormir junto com ela.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

sentimentos acobertados

é o dilema das noites de verão: entre a coberta que te faz suar e o ventilador que gera arrepios nas costas, posição alguma traz conforto. as tentativas se sucedem. abraçando o edredom, com as pernas de fora. pernas encolhidas e torso ventilado. uma perna dentro, outra fora. sem coberta nenhuma. só lombar e bunda protegidas. múltiplas combinações e nenhum sucesso. a agonia de se estar com sono e não se acomodar já seria o suficiente. mas não, a cabeça resolve ter seu dilema a parte e pronto - agora, além da busca de um posicionamento que resolva a questão da temperatura, temos um nariz infeliz impedindo qualquer bem estar. meu único consolo é saber que o limite do meu corpo é menor que o da minha mente. e muito antes de eu chegar perto de qualquer resposta as perguntas que me atormentam, morfeu me pega pelas melenas e me joga com força em sonhos improváveis. quanto mais absurdo o sonho, melhor: mais distante me sinto da realidade... e mais feliz sou.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

que um raio me parta

bem ao meio.
que meu coração saia do meu peito e se lance ao mar agitado.
que meus pés sigam caminho sozinhos, iluminados apenas pelos meus dois olhos abertos.
que o resto do meu corpo se abrace a terra morna.
e que minha mente voe pra longe e encontre silêncio em algum não-lugar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ritual

se arde, cura. cadê a casquinha pra eu arrancar? sangra de novo. e eu lavo - e arde.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Há com quem se compartilhe melhor cada faceta nossa. Temos mil momentos e mil amigos a servir cada um. Tem amigo pra chorar, tem pra rir (o de si mesmo, o do outro e o dos outros). Tem o amigo da ideia brilhante, o da divagação, o dos planejamentos. O das perdas, o dos fracassos e o das desilusões. Os do ócio - o do criativo, o do nem tanto e os do ócio profundo. O amigo cujo tempo é o meio-tempo: o do cigarro-lá-fora, o do trajeto de bus, o do RU. Tem aqueles que brilham nas noites. O do pré-festa, o do barzinho (xinfrim ou chique), o do céu aberto. O da cerveja. O da vodca. Que perigo: o da tequila. Os de infância - o presente na vida e o 'dos bons tempos'. Todos lindos e bons amigos. Mas um dia chega e você descobre que existem pessoinhas nessa Terra cujos momentos mais sublimes que você vai compartilhar vai ser nu. Sim, nu. Sem motivos específicos: sem sexo, sem diretor, sem protesto. Assim: peladão, peladinho ou seminu e totalmente livre.
sou diferente. tanto quanto tu. tanto quanto qualquer um.
se todo mundo é especial, então ninguém o é. mas quem disse que alguém seria?

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

it's such a waste. tempo, suor, tesão, tudo.
que porra de prazer é esse que eu tenho em ser infeliz?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

eu tenho pena mesmo é dos que ficaram.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

classificados

ovelha (negra) busca lobo (mau)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

bum

risca um fósforo perto do meu peito e

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

ser livre é só em sonho. por enquanto.

domingo, 6 de janeiro de 2013

a não-expressão de um sentimento mata ele pouco a pouco. mas uma só oportunidade de vazão é suficiente pra expandi-lo além do imaginável. a toxicidade é alta: abraços e sorrisos que inebriam. amor é uma droga. e doses cavalares dele é tudo que eu (sempre) preciso.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

one
step
at
a
time

ufa.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

hoje

um pouco de silêncio cai bem.