quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2009

Retrospectiva 2009:

comecei o ano levemente resignada com os caminhos que a vida tinha tomado e tentando me acertar com eles. reencontrando paz no coração, mas sem casa pra morar. uma mudança muito louca, na madrugada, pro village. ah, o village e meus japoneses! inventei fazer dreads. inventei furar a língua. tive uma paixonite impossível e fiz coisas tão legais naquele tempo... fiz coisas que sempre quis fazer. perdi meu primeiro emprego. recuperei ele e virou uma das minhas maiores alegrias do ano. veio a minha maior alegria do ano. e de muito tempo, na real. me deixei sentir um troço tão forte, tão bonito. tive aquela rotina feliz de tudo bem resolvido ao mesmo tempo. fiz ótimos amigos e reavivei outros. até que eu perdi, numa curva acentuada, toda aquela tranquilidade. aí eu chorei, viu? pra caralho. e foi ótimo. essas últimas semanas também foram extremamente proveitosas e.. vividas, eu diria. mas eu sei que saio baleada. e vou ter que começar 2010 fazendo o triplo do esforço pra alcançar qualquer que seja a meta que eu estabeleça pro ano que vem. e é isso. repito o que já disse ao final do ano anterior: fiz como eu queria e não julgo pra que não me julguem. fui feliz, acertei e errei. e tô muito bem de que tenha sido assim. não me arrependo de nada.

e como diz a música do los hermanos, o velho e o moço:

sei do escândalo
e eles tem razão
quando vem dizer
que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

e se eu for o primeiro
a prever e poder
desistir do que for dar errado

ahhh ora se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim
dispenso a previsão


e aos personagens desse ano de 2009: amo vocês e sigo aqui em 2010 :)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

#101 dálmatas

que ódio de ver que a postagem número 100 do jack foi essa dor de cotovelo sem medidas aqui de baixo. que cu, velho. desconsiderem. vou criar um hai kai super alto astral e aquilo vai se tornar totalmente irrelevante, né?

..

é, não.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

É assim que funciona

Depois de sorrir espontaneamente, é realmente complicado sorrir por convenção, necessidade ou hipocrisia.
Depois de muito tempo sem chorar, a gente não lembra como dói a garganta, como a respiração é difícil, como pesa o peito.
Depois de chorar por uns dias, a gente não nota mais que começou até que as pessoas te olhem com certa pena dentro do ônibus. Ou pingue no teu moleton.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Citações pertinentes

Um amigo(ão) meu me mandou, pra que, sei lá, pelo menos eu visse que outros já haviam sentido o mesmo:

"Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram."

Drummond

“Não quero lembrar. Faz mal lembrar das coisas que foram e não voltam. No começo fiquei com raiva, achei que ela não pensou em mais ninguém quando desapareceu. Só nela mesma. Mas a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros. Ela queria outra coisa”

Caio F.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Das perdas

analisando esse post http://jackthegoldfish.blogspot.com/2009/10/blog-post.html
pode-se inferir que, dois meses depois, me encontro: sem braço, sem fígado e banguela.

.

Essa é da série de posts: não leiam, tô pensando alto.

Tipo que eu não tava preparada pra passar por tudo isso de novo.
E eu realmente não quero ser daquelas pessoas traumatizadas, fechadas, azedas e descrentes.
Mas é foda, viu?

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Da insignificância

Se tu é odiado, em algum momento tu foi extremamente importante.
Se tu é nada, tu nunca foi nada.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Das expressões

Aí eu virei e disse:
"Porra, ou caga ou desocupa a moita!"
(Mentalizando interiormente: caga!, caga!, caga!)

Pico

(Não, minha ingenuidade não chega ao ponto de achar que eu estou superbem. Vai ser oscilação constante, mas a questão é que tive um pico agora há pouco e não querendo escrever alguma coisa que me faça querer me atirar pela janela de casa, acho melhor aproveitar o momento)

Se foi uma bolha cor-de-rosa, foi a maior, melhor e mais rosa bolha cor-de-rosa da minha vida.
Acho que é bonito ver desse jeito.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

desejos

eu queria um apagão de uma semana pra parar o mundo.
e eu poder dar uma descida, esticar as pernas, aquela coisa toda.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

#92

.
me gelou a espinha,
era tua voz num tom que eu não conhecia.
era o sobressalto de quem sonha que tropeça e acorda num pulo.

mas assim ligeiro, não!
serenidade nos barrancos,
não quero te perder de vista numa curva qualquer.
.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tentativa

Tentando me descrever num punhado de clichês:

Eu sou gente. Não sou bicho.
Não sou tão gato que não precise de carinho ou não seja confiável. Nem tão cachorro pra me vender por um agrado e perdoar tão fácil.

Eu sou gente. Não sou remédio.
Não tenho dose certa. Não sei minhas contra-indicações. Meus efeitos colaterais não vêm em bula.

Eu sou gente. Não sou máquina.
Não existe assistência técnica pros meus defeitos. Lidar comigo não se resume num manual de instruções. Não tenho botão de 'desliga'.

Eu sou gente. Não sou receita.
Meus ingredientes variam o tempo todo. Posso ser ácida, doce, azeda, amarga ou apimentada demais - vai depender do paladar alheio. Mas, ocasionalmente, sou difícil de engolir.

Eu sou gente. Não sou roupa.
Não tenho etiqueta, nem ocasião apropriada. Não estou na moda, nem fora dela.

Eu sou gente. Não sou produto.
Não tenho rótulo. Não existe cópia. Não estou à venda na boutique, nem na Renner mais próxima. Não tenho preço.

Eu sou gente. Não sou todo mundo.
Nem a mesma pessoa todos os dias.

Eu sou gente. Eu não sei quem sou.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

...

Quando é paixão, a pessoa se torna um membro teu. Um braço.
Então, quando a gente se afasta é como se deixasse ele pra trás.
A gente sangra, chora, sofre demais. Tudo que era simples fica difícil de ser feito.
Mas ninguém precisa de um braço pra viver. Hora ou outra a gente se acostuma.

Quando é amor, a pessoa se torna um órgão importante. Um pedaço do fígado.
Então, quando a gente se afasta é como se deixasse ele pra trás.
Meu Deus! Tava ali o tempo todo que nem parecia tão importante.
Mas agora faz tanta falta. A gente adoece com a saudade.
Mas sobrando um pedacinho assim ó... Ele se regenera! O amor ressurge novo.

Mas sabe-se Deus o que é que eu estou sentindo.
Quando te deixo fico sem braço E sem fígado...
Mas levo em troca um sorriso de mil dentes estampado na cara.

Te amo ;)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

:)

Das mil facetas que temos todos, ressalto aqui as tuas que mais me cativam:
Teu eu pelas manhãs;
[Inconsciente do mundo, da vida e do tempo lá fora e,
mesmo assim - sabe-se Deus como -,
consciente de mim.
Abrindo os olhos devagar,
respingando de verde o quarto todo,
esboçando um sorriso,
o rosto corado de sono, infantil,
me abraçando.
Não durmo mais, mas não me importo que o faças,
desde que teu braço continue repousando sobre mim.]
Teu eu pelas tardes;
[Sorrindo, uivando, trovando à toa.
Pondo-me à par de cada detalhe que perdi
em todos os anos em que não estive por perto.
Desatando a contar peripécias de infância
ou inocentemente planejando o futuro,
que desponta e nos aguarda, feliz.]
Teu eu quando anoitece;
[A cada palavra não dita
são dois abraços sinceros,
ou beijos compridos...
E a cada gesto retribuído
são dois desejos que crescem,
palpitam, eriçam os pêlos e dão calor.
E a cada pulsação tua se segue uma minha,
e outra tua e outra minha,
até se confundirem e se fundirem.
Já não há mais como dizer o que ainda é o teu corpo,
tampouco sei onde acaba o meu.]
Teu eu nas madrugadas;
[As sombras que dançam na parede,
tua silhueta na porta do quarto,
teu gosto na minha boca,
tua boca - só minha.
As conversas sussurradas,
meio dormindo, meio acordadas.
Minha vontade de permanecer desperta,
ainda que já entre luz pelas frestas da janela.
Teu corpo esticado, um cigarro aceso...
Saber que não há sonho que valha a pena,
tendo em vista a realidade.]
E, ainda, teu eu quando estás longe.
[Teu cheiro por tudo, as músicas no rádio,
o filme na TV, um alerta no celular.
Pensar no que dirias a cada situação,
caso estivesses comigo.
Uma ligação sem propósito no meio do dia,
um "eu te amo" no meio da noite.]
E o fato é que, a cada vez que me perguntam mecanicamente:
- Tudo bem?
Eu penso em ti. E respondo:
- Tudo ótimo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Depoimento

E pergunta o delegado:

- A Srta. tem algo a declarar?

- Sim, senhor.

- Então.. ?

- Olha, Sr. Delegado.. A única coisa que eu tenho a dizer é que... podendo escolher, amanhã já era domingo, eu ia acordar em cima da hora e sair correndo naquela minha paranóia toda... Só pra chegar uns minutos antes na parada do ônibus e ter certeza de que eu vou chegar o mais cedo possível pra te ver. E pensar que hoje ainda é sexta e ontem de manhã eu tava te beijando antes de ir pro trabalho e fazendo os motoristas olharem pra gente... Disso eu tudo eu posso dizer duas coisas: já é saudades e se chama AMOR.

- ?!

- Se ajuda ou não, eu não sei. Mas é tudo que eu quero declarar agora, Sr. Delegado.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

É tipo assim, uma analogia.

Pensa comigo.
Felicidade é mato.
Estou num momento muito ruminante.
Te vejo: abocanho um tanto.
E quando longe, saboreio.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais nada

Tem uns poucos momentos na vida que trazem aquela sensação de saciedade.
A gente tem fome de tudo, cara. Comida, adrenalina, felicidade, paz, sexo, gargalhadas, abraço. E embora a cada momento que a gente supra a falta de algum desses, haja uma satisfação, não é total. É curta, é metade, não marca.

Pela lógica, não tem como suprir tudo ao mesmo tempo. Transar no show do U2, enquanto come o strogonoff da mãe e toma cerveja num domingo de sol, muitos amigos e futebol na TV com teu time ganhando.

Mas a putaquepariu com a lógica, que de exata a vida não tem nada.
Alguns momentos parecem que enchem cada buraquinho dentro da gente e dão aquela vontade de dizer: bah, não quero mais nada.

São raros, viu? Não dá pra ficar em quase-nirvana o tempo todo.
Mas, meu, são muito bons. Mesmo, mesmo.

Verdadinha

e só de te ver
eu penso em trocar
a minha tv num jeito de te levar
a qualquer lugar
que você queira
e ir onde o vento for

-
Último Romance
Los Hermanos

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Plágio baseado em sonhos reais

"O céu havia se fechado em questão de minutos. Tenho certeza que fora assim repentino pela surpresa e apreensão que os transeuntes estampavam no rosto, desviando a duras penas das folhas e da sujeira que o vento varria das ruas. Não fosse por isso, eu não saberia dizer, pois qualquer coisa anterior àquele instante era uma memória inconstante, como a de um sonho: ao menor esforço, ela escapava. Mas dadas as circustâncias em que me encontrava, explorar meu cérebro não parecia urgente. O único ímpeto era correr. Mesmo que eu não me recordasse do porquê. Mas logo pude entender.

As nuvens cinza-chumbo se iluminaram por um instante, e a isso seguiu-se um estampido forte. Suficientemente alto para sobrepôr-se ao furor das rajadas de vento e da chuva que agora caía intensamente. A quem não estivesse ali, poderia parecer uma seqüência lógica: o vento, o clarão no céu, um trovão de prenúncio e o temporal. Mas era uma coincidência infeliz, já que quem havia erguido os olhos do chão já corria a toda velocidade, numa mesma direção. Não coincidentemente, a mesma para qual eu já me encaminhava.

A direção era comum, mas era incerto um lugar seguro para se estar. Um avião de porte considerável aumentava vertiginosamente no céu e evidentemente colidiria com algum dos prédios próximos. Minhas pernas já ardiam de correr, quando um puxão para o lado interrompeu a maratona. Era uma rua sem saída, situada entre dois prédios, com alguns sacos de lixo e muito lixo fora deles. Eu ainda estava tonta de tudo que acontecia quando ouvi a explosão. Tudo que já era caótico tomou proporções hollywoodianas. As labaredas iam alto e contrastavam com a tormenta que persistia. Os gritos aumentaram consideravelmente, pois apesar do terror da calamidade iminente, o choque e a concentração da fuga deixou boa parte de quem estava nas redondezas calado. Ou talvez o meu choque e a minha concentração tenham me deixado momentaneamente surda, como em filmes de guerra.

Passados alguns segundos eu me dei por conta da mão que ainda segurava meu braço com firmeza. Ela me olhou como quem diz: "Tá tudo bem, bateu lá longe, tá vendo?". E eu continuava ali parada como quem não consegue dizer nada, mesmo que queira muito. Aquele monólogo de olhares, com os muito significativos dela e minhas não-respostas levou alguns minutos. E a mão dela continuava apertando meu antebraço com força. E pode parecer muito estranho (como se não bastasse tudo que já havia de estranho até o momento), mas se ela afrouxasse os dedos de mim não faria a menor diferença, eu continuaria ali. Estava me sentindo melhor com alguém que passava uma segurança de saber o que estava fazendo (ou o que tinha feito) quando me arrancou da multidão e me arrastou beco adentro, do que no meio de todo o resto que parecia entender tanto quanto eu do que estava acontecendo. E veja bem que eu tinha pouca certeza sequer de quem eu era e do que havia acontecido até o instante em que me encontrei correndo rua abaixo.

Pensar aquilo foi o suficiente, dentro da situação extrema, pra me fazer desabar. Eu não sabia muito o porquê comecei a chorar, mas era só o que me parecia coerente fazer. Eu não entendia nada do que estava se passando. E como se fosse também muito óbvio, assim que as lágrimas começaram a correr, ela me abraçou e disse o que já tinha dito com os olhos: "Tá tudo bem, passou". Eu só sabia onde estava, nada me dava certeza do que antecedia aquele instante, quanto mais do que estava por vir. E ela parecia saber de tudo, menos daquele momento. Enquanto o mundo desabava, ela permanecia calma, como se não estivesse presenciando tudo aquilo.

Acho que aquela certeza no meu total de incertezas bastou para que eu perdesse todo o resto de senso comum, bom senso ou juízo. Ainda sem grandes comunicações explícitas, fomos andando devagar e eu não questionei o rumo que tomávamos, apenas a segui. A segunda vez a trocarmos alguma palavra foi assim que ela fechou a porta da casa. "Fica à vontade", ela disse. Era afastada do bairro onde toda a catástrofe ocorreu e, mesmo distante de tudo aquilo, estar junto daquela desconhecida ainda me deixava confortável. E de instinto em instinto, eu acabara ali, numa sala de estar pouco iluminada, com móveis antigos, embora bem cuidados, e uma lareira que ela se dispôs a acender já que eu batia queixo de frio. Enquanto o fazia, ela tratou-se de se apresentar. Achei que já era sem tempo.

O fogo já aquecia a sala quando olhei para baixo e vi a pequena poça d'água que se criava ao meu redor. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela me olhou, sorrindo: "O chão até que precisa de uma água, mas acho que não vai ser bom ficar com essa roupa molhada, não". Eu ri. Ela não somente resgatava pessoas, como lia pensamentos. E agora ia até algum outro cômodo. Supus que para buscar alguma coisa seca para eu vestir. Eu me aproximei da lareira para tirar a roupa que estava, de fato, ensopada. Fui largando o que eu despia por cima de um aparador que estava perto do fogo, para que secasse. Já eram minhas últimas peças de roupa quando notei que ela me olhava pelo espelho que ficava sobre o aparador. Devo ter transparecido o susto que tomei, pois ela teve pressa em se dirigir a mim: "Eu trouxe um pouco de conhaque.. Aquece". Me virei e apanhei o copo. Não desviávamos os olhos, era como naquelas brincadeiras de criança em que não se pode piscar. Como naquele primeiro momento, na rua. Mas dessa vez eu sabia que falava também. Tomei um gole do conhaque, fiz uma careta. Ela sorriu e fez menção de alcançar o copo de volta para si. Assim que sua mão fechou sobre a minha, eu puxei o copo mais pra perto. E ela, juntamente com o copo."

O final todo mundo sabe.
Mas nem todo mundo precisa ler.


PS: Tem gente que tem esse tipo de sonho, morri de inveja ;)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

tá. agora tá legal. até parece que tu leu isso aqui.
HAIEUHAIEUHAUIEHA

terça-feira, 4 de agosto de 2009

...

porra, velho.
do tipo que eu preciso muito que tu fale [e não importa muito o que.. mas me faz sentir segura, poxa], antes de eu não me aguentar e perguntar trocentas coisas.
e aí eu sou o tarso, né?
=/

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Andando

Tem umas coisas engraçadas.
Indo pro trabalho hoje eu tava pensando em assalto, depois de ficar ouvindo a secretária da Up contar uns causos bizarros e lembrei do verbo 'afanar'.
Eu sempre fiquei imaginando que seria roubar bem devagarzinho, assim, meio que acariciando o objeto do furto.
ALGUMA relação com 'afagar'?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Assim que eu amar alguém...

Vou dedicar o seguinte poema:

Te amo autenticado em cartório:
carimbado com a saudade que sinto quando te vais
e rubrica do frio que me dá quando voltas.

sábado, 11 de julho de 2009

Sabe como?

Whenever I think about my life and what to do with it,
I get this feeling that - even though I haven't tried yet..
I've already failed.

terça-feira, 30 de junho de 2009

não quero poeminha de rima.
não quero poema algum.
quero uma frase de efeito,
que diga em questão de segundo,
do que eu sou feita, afinal.

Saudade..

de falar nada pra ninguém! =P

Deixei meu Jack às traças, mas pretendo mudar essa situação.
Resolvi tirar as traças do meu Quintana de bolso também.
A união desses fatos é previsível. Sim, eu vou dar das minhas incursões poéticas de novo.
#boring - e o jogo-da-velha é temdensia, Twitter é minha vida agora haha

[se o post acabar aqui {superprovável} é porque escrevi algo muito tosco e apaguei rightaway]


-
Custa a me passar o tempo
Quando passa, desespero
Quero tudo e sempre agora
E se demora, já não quero.

Mas que valor tem, afinal,
O que chega às mãos assim,
Sem entrada triunfal,
Sem cena de folhetim?

A espera e a dor,
são essas que se prestam - maldosas -
a calibrar o valor.

E a vida ri da nossa cara
Pois são essas ironias jocosas
Que a fazem assim tão rara.
-

há! e foi um soneto, hein? haiuehaiueha ;p

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Wind of change

Fura a língua, marca os dreads, escolhe a desenho pra tatuar.
Segunda semana de academia, muito tempo sem comprar cigarro.
Vai que dá!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Quão longe?

Tudo tem limite.
TUDO.

Não exista quem espere pra sempre, não existe sentimento que não se desgaste, não existe eternidade. Então, se essa efemeridade é lei, porque teimamos em levar tudo adiante, como se pudéssemos resgatar o passado em alguma curva da vida?
Apego, saudade, nostalgia, carência.
Tem muitas explicações. Mas explicar não justifica.


No fim, quem consegue aceitar o passar do tempo, vive mais.
Quem quer viver o "pra sempre" se perde nas perdas.

terça-feira, 10 de março de 2009

Do fundinho do baú

Fui fazer faxina nos e-mails e descobri um conto que eu escrevi com 14 anos.
Da onde diabos eu tirei tanta melancolia com essa idade, eu não sei.
o.O

-
Cinza

Levantou e pela janela a luz amarela envelhecia o quarto e seu rosto. E nada lhe parecia tão novo àquela altura. A noite já havia se posto sobre uma cidade inteira e poucos vestígios de vida rompiam o silêncio. Que segredos e medos se escondiam naquelas janelas escuras? Talvez estivessem todos ali, silenciosamente esperando um novo dia chegar, a contemplar da janela a cidade vazia. E ali tudo existia de alguma forma. E ele se perguntava o que fazer se um dia perdesse o motivo ou a razão. Atrás da caravana vai aquele que quer, mas também o que não tem escolha. Já lhe falaram certa vez que rir demais é desespero e naquele instante ele viu que o choro é mais próximo da felicidade do que ele próprio imaginara. O vento tomou pelos braços uma folha e a fez tocar o chão suavemente e beber da água da chuva que caía.Já haviam se passado duas horas, e nada tinha mudado, nem a posição dos cotovelos contra a esquadria da janela, nem a paisagem inerte das árvores lá fora, nada lhe dava razão para seguir a fitar as ruas semi-iluminadas pelo céu grafite, mas ainda assim ele não se rendia. Aos poucos as estrelas abandonavam o céu e o sono pesava as pálpebras, mas seus braços estavam seguros ali e decidiu passar o tempo que houvesse apreciando o nada que lhe fazia mais sentido. Quando soam as buzinas declarando o fim do marasmo matinal, a vida ganha o tom cinza de sempre: as mesmas pessoas, a mesma pressa, a mesma impessoalidade. Cada um na sua bolha, e ele fora da cama, da bolha e da vida. Mas "quem escolhe seu próprio caminho resolve sozinho os próprios problemas". Foi a única conclusão da madrugada. Aquele dia se passou com rapidez surpreendente e ele dormiu mais noites estreladas, e noites chuvosas, e noites frias e quentes até voltar a sair de casa. Ele decidiu abrir as cortinas da sala, há muito fechadas e colocar o tapete do quarto a arejar. Fez suco de laranja, acertou o açúcar pela primeira vez na vida, vestiu uma calça jeans azul claro, escovou os dentes, fechou a porta cuidadosamente e saiu. Respirou aquele ar de construção constante com certo prazer, o cheiro não chegava até a janela do seu apartamento no sexto andar. Ele se sentia um pouco tonto com o movimento constante ao seu redor, estava no mínimo desacostumado com aquilo tudo. Colocou as duas mãos no bolso e passeou pela cidade, reencontrou velhos conhecidos, matou a saudade da cidade de perto, deu trocados pro João da Praça, conversou alguns minutos com o dono da padaria Santo Antônio cujos doces o haviam acompanhado todo o tempo quando pequeno. Quando o céu começou a dar sinais de cansaço e suas pernas já tinham andado o suficiente para o dia ele voltou ao prédio velho, de paredes azuis e descascadas. Mas antes de chegar ao sexto lance de escadas entrou no corredor do quinto andar, mirou a porta do último apartamento, girou a maçaneta e entrou. A porta se abriu com um rangido longo e ele entrou devagar na sala de estar pouco iluminada. Uma grossa camada de poeira cobria os móveis, o piso e as cortinas. Havia um piano ao lado direito e um tapete verde garrafa sob a pesada mesa de centro. Tudo ali lhe remetia ao passado, aquele que não lembramos direito, aquele que não queremos lembrar por um motivo ou outro. Ele via aquela sala colorida e iluminada, e duas crianças correndo. Ele conseguia ouvir as canções daquele piano e distinguir a figura de uma jovem que as tocava. E toda aquela melodia o aquecia por dentro. Ele podia ver através do tempo e através das lágrimas que trazia aos olhos. Ele as derramou, porque as estava retendo há tanto tempo. E se arrependeu dos momentos em que se privou da saudade, se privou dos sentimentos. E se tornou tão forte e previsível. Tão vulnerável. E agora tão cansado. Já era tarde quando ele saiu de lá, carregado com as fotos antigas de família, com os bibelôs da mesa de centro, e de mais tantas coisas que poderiam consolá-lo naquelas noites que ainda viriam. Quando voltou pro apartamento redistribui tudo para dar espaço aos novos objetos e sentou-se na sacada. Aquele último mês tinha passado relativamente rápido, no que viria ele prometeu a si mesmo que iria mudar um pouco e aos poucos. Iria deixar o passado, mas não as lembranças para trás, iria abandonar a culpa que pesava nos ombros, iria esquecer os dias ruins e colorir os bons. Trouxe um cobertor e dormiu olhando as estrelas, sob o céu de verão do interior. Não foi sobre uma pessoa, mas sobre as conclusões dela. Porque viria ao caso o seu nome, ou seus problemas? Vem ao caso que ele aprendeu e seguiu adiante. E tão pouco disso basta. E eu só sei que nada dele sabia o mundo, nem nada ele do mundo sabia.

28 de outubro de 2004

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Segundo.

Aí, tipo assim, tu fica tonto como quem levou uma frigideira na cabeça.
Que nem nos desenhos. Mas tu nunca morre, é só na hora.

Como diria Narcisa Tamborindeguy, do seu patamar quase alienígena de inteligência:
"A vida, mesmo louca, é absurda! [...] Tudo é momento... Depois passa".

Tenho que dar o braço a torcer, Narcisa é filosoficamente fantástica.
Frigideiras na cabeça também.

E vá saco plástico nessas horas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Primeiro

2009.

Bem nessa.