segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Deve haver algum sentido no fato de Stanley Polansky ter nascido. Será que eu nasci só para comer, foder, cagar como todos os outros animais que enchem o planeta com seus excrementos? Deve existir um sentido mais profundo, um intuito mais elevado.
Por quê? Por que deve existir um sentido mais profundo e um intuito mais elevado? Egoísta, egomaníaco! Quem é você, e como é que você pode determinar que tem, que há de existir um sentido no fato de você existir? Os insetos se preocupam com os motivos de sua existência? Eles estão ali. Comem, vivem, morrem, e são insetos, baratas. Eles nunca se olham no espelho num dia qualquer, dizendo: Senhora barata, por que você está se olhando no espelho? A barata simplesmente sobe pelo espelho à cata de mais uma migalhinha de comida, ou talvez à procura de uma outra barata.
Então, meu amigo, de que forma você é diferente de uma barata? Você se levanta de manhã, e como a barata, vai procurar sua comidinha. Depois, igualzinho à barata, anda por aí, procurando por outra barata igual à você.
- Mas existe um sentido mais profundo!
- Quem disse que tem?
- Eu digo!
- Você, uma barata. Quem é você, para poder falar?
- Eu sou um homem.
- Você já falou isso antes, mas o que é um homem? Quais livros definem o que é um homem? Quem disse que você é mais do que uma barata? Tudo não passa de uma ilusão, ouviu? É tudo um sonho. É uma fantasia. É algo que anda cutucando um cérebro atormentado, repetindo-se sempre como um disco quebrado: Eu sou alguém, eu sou alguém. Pois você não é ninguém. O que você me diz disto?
- Impossível.
- Impossível, por quê? Você não consegue aceitar a possibilidade de você ser ninguém?
- Não, meu Deus, eu não posso."

Nenhum comentário: