segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

tem dia que nem poesia

faz qualquer cócega. e eu vou largar mão de escrever assim curto, preciso explicar o que sinto, às vezes. hoje eu sinto que minha vida ainda não começou. que eu preciso sentar e esperar pra hora de me chamarem. e eu que deveria estar me preparando pra esse momento, mas não sei nem o que se faz quando se vai lá na frente. ninguém nunca volta pra contar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

desabafos

se eu boto pra fora,
pela lógica,
é pra sair de dentro, né?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

a estaca

no peito
com o número
0

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

quando é na raiz
dói muito mais

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

triste, cansativo, repetitivo

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

prece

hoje peço tempo e paciência
do mundo
e especialmente
de mim

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015


chuva na cabeça,
cabeça na nuvem,
nuvem na boca,
a minha boca na tua.



sábado, 28 de novembro de 2015

eu olho no espelho e peço trégua: o que vê e quem é visto não se entendem desde não-sei-quando. só que chega. já cheguei naquela parte em que não faz sentido dar com a cabeça contra qualquer que seja a superfície - já sei que sinto: dor. já sei que o corpo um dia vai. jogo a toalha, levanto um lencinho branco. se a gente precisar conviver que seja em paz.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

é engraçado porque em nenhum dos meus momentos minha vida merece ser vivida assim mais ou menos, é tipo, o futuro do mundo está em minhas mãos ou gente, qq to fazendo aqui?

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

eu sei o potencial de cura quando falamos das nossas cicatrizes. esses dias tem sido especialmente terapêuticos pro coletivo de mulheres e outras pessoas afetadas diretamente pelo machismo em função desses relatos constantes. essa exposição dolorosa de retratos reais, sem retoque. confesso que me senti tão mal quando essa onda começou. "deu, eu já sei que o mundo é horrível." mas saber nunca é o suficiente. a gente tem que sentir junto. e às vezes relembrar a própria dor pra dar voz a outras cicatrizes mudas que ainda são escondidas por vergonha, medo, culpa. tanto (res)sentimento arranhando a garganta, sufocando nossa vida aos pouquinhos, arrastando nossos passos. é um cansaço crônico de milhares de anos de violência. não vai ser fácil de tratar, mas a gente tem que começar por algum lugar... eu vou pra minha primeira cicatriz. daquelas que a gente nem nota mais quando olha pro próprio corpo. quase um umbigo. eu tinha quatro anos. fui com a minha mãe na casa dos nossos vizinhos. a vizinha tinha um filho de oito anos e eu fui brincar com ele no quarto. tudo muito vago na minha memória, até chegar essa parte aqui: ele diz pra eu deitar de bruços na cama dele. ele se deita por cima, segura meus dois braços e pergunta se eu estou sentindo alguma coisa. eu peço pra ele sair, digo que vou gritar. ele diz que se eu fizer qualquer coisa, conta tudo pra minha mãe. eu nunca falei nada pra ela - até hoje. os silêncios precisam ser quebrados.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

será que
é?
se for
que seja então,
estar
e ser

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

#500

OCUPA
ocupa a rua, a escola
ocupa tua função no mundo
TEU PRÓPRIO CORPO
ocupa todo teu potencial
ocupa essa cabeça, essas mãos e as pernas
ocupa espaço físico, mental
emocional
na vida dos outros
ocupa o desocupado

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

uma oração por nós mais firmes

não é uma questão de escolha
a promoção do bem É
a tal 'luta' contra o mal

domingo, 15 de novembro de 2015

digam o que digam
ceticismo é a nossa pior doença

sábado, 14 de novembro de 2015

tô contigo, Lu. tomara que a gente se reencontre em breve!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

quem grita morre
quem cala também
quem foge morre
quem fica também
quem pensa morre
quem segue também
morrem(os) todos
a diferença tá na vida
amém

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

o poeta não faz nada além de comentar as obviedades. com um vocabulário melhorzinho.

sábado, 7 de novembro de 2015

ser só

como é que pode
eu gostar tanto assim
da minha própria
companhia

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

eu quero (ser) alguém que (s/m)e aguente no pico dos insights
mas mais ainda
no hiato entre eles

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

...

a colisão de três universos
a porta pra próxima dimensão - a quinta? -
tá bem ali
na brincadeira de roda
e é por isso que temos duas mãos
e dois de quase tudo
pra poder viver em contato constante
com as linhas
que seguem em paralelo

cérebro, boca, coração e funnyparts
é só um de cada -
e eu ainda
tô pensando sobre o que isso
significa


(que é matemática demais pra minha filosofia)

domingo, 1 de novembro de 2015

a prosa

é gostoso transformar insight em poesia, mas às vezes o insight é tão pesado que te faz reler a poesia e ver que foi pura licença poética, que o que eu quis dizer foi outra coisa, mas até que ficou bonito assim. agora de volta ao que eu queria dizer: tempo e espaço são irrelevantes para o encontro de outros universos. a vida já é o convívio entre todas essas múltiplas realidades, regidas por diferentes forças. só porque não percebemos as dimensões superiores não quer dizer que não estejamos vivenciando todas as existentes a todo momento.
no fim do filme-vida
cai a ficha e
a gente entende
que o wormhole que dá acesso
a outros universos
não é tão grande
nem microscópico
como a gente pensa ser
é em tamanho real
cada um de nó:
um buraco negro
cada troca:
uma viagem no espaço-tempo
da primeira a décima
todas as dimensões são
aqui e agora

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

desajeitos

a canela na quina
a língua no dente
o cuspe que desce o buraco errado -
fisicalizando o meu desconcerto mental

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

eu me pergunto de onde é que vem tanta água
se no meu mapa astral é só terra e fogo
que se alimenta da brisa do mar

de onde vem toda essa água?
pra onde vai depois que desce, depois que desaba, depois que escorre?
onde se esconde? quem é que bebe?
só vejo transbordar.

cai dos astros
molha, encharcha
mas não apaga
o que fica dentro

é brasa

sábado, 17 de outubro de 2015

"amor, insegurança, libido"
e eu pensei:
tamo no mesmo barco, será que não dá pra remar pro mesmo lado?
pra depois concluir:
remar é distração porque o vento é que decide pra que lado a gente vai

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

a volta é sempre um carinho na alma.
bom reconhecer raízes pra perder o medo de testar as asas.

sábado, 25 de julho de 2015

fazer sentido faz sentir, faz doer

quarta-feira, 22 de julho de 2015

numa mão um cigarro.
na outra, meu cu.

domingo, 19 de julho de 2015

quanto menos medo,
menos medo

quarta-feira, 15 de julho de 2015

ansiedade só faz comer:
cutículas, boca, cigarros, parede do estômago, neurônios, paciência

terça-feira, 30 de junho de 2015

quanto mais amor, mais amor.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

.
..
...
....
.....
......
.......
........
.........
..........

BUM

quarta-feira, 24 de junho de 2015

relatividade

em algum lugar do mundo o sol está se pondo.
em algum universo paralelo eu estou assistindo.
um chute metafórico nas minhas bolas imaginárias

sexta-feira, 19 de junho de 2015

dias 19



June 19, 2012 at 6:58 pm


um dia quero que venha um vento bem forte. e que ele vá soprando e me desmantelando aos poucos. e que vá um pedacinho pra cada canto - pra que não ocorra a ninguém a infeliz ideia de me juntar.




*




ela foi dormir romântica e acordou desencantada

- acontece

eu acordei com inspiração e vou dormir apática

- amanhã eu sinto

domingo, 7 de junho de 2015

eletricidade

de um impulso

(um mundo)

a
outro

sexta-feira, 5 de junho de 2015

sleepless nights
weirdly productive days

quinta-feira, 4 de junho de 2015

ecos

eu tava pronta pra ir
e agora to pronto pra ficar

quarta-feira, 3 de junho de 2015

delineando novos horizontes
- and happy little clouds -
pra vida

domingo, 31 de maio de 2015

traços, linhas, pontos
e tanto significado
expresso
impresso
oculto
óbvio

quinta-feira, 28 de maio de 2015

protagonista, coadjuvante e até mesmo figurante.
atores, de qualquer forma.
cansei dessa peça. cansei do teatro todo.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

sofrer tudo agora ou sofrer em doses homeopáticas até deus sabe quando?

sábado, 23 de maio de 2015

amigos internacionais de uma noite

at least i'm trying

um vislumbre de antigos eus:
to do lists

(x) escrever alguma coisa. qualquer coisa. só escreve! vai!

pronto.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

itaimbezinho (retrato adolescente)

estou na beira, de joelhos, olhando pra baixo. o cabelo preso num coque, acne por toda a cara. um vento gostoso e gelado. é uma paisagem linda. o abismo é tentador. vertigem. mas volto a cavalo e o equilíbrio se reestabelece no percurso de volta ao hotel.

terça-feira, 19 de maio de 2015

terna e brusca
eterna busca

sexta-feira, 8 de maio de 2015

setembro

2:29 AM
a tua boca
é um ser em si

2:42 AM
teus olhos ser-ão em mi
?

2:51 AM
só são
sem dó!

*

maio

as madrugadas sempre gentis
e nós eternamente crianças
que viram a noite brincando de
faz-de-conta



quinta-feira, 7 de maio de 2015

será que alguém já morreu de 'sensação de ter uma bola na garganta'?

quarta-feira, 6 de maio de 2015

como viver mentiras

o que os olhos não vêem, a mente cria... e o coração bem besta sente igual.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

wishful thinking

i want to see my skin thicken, the lines up and across my forehead carve their paths and my hair lose its shine. i want to have the countless scars and marks of a full life. and i do know life's been kind to me so far - but maybe that won't always be the case. point is: whatever the case may be, i want to be there to see it through.

sábado, 25 de abril de 2015

não escrevo porque tá difícil de organizar as palavras
aí tentei gravar, achando que a articulação viria
e

ga
gue
jo

quinta-feira, 23 de abril de 2015

gozar é sempre gozar, em todas as suas formas.
arrepio, taquicardia, êxtase e depois

.

domingo, 19 de abril de 2015

gente sensível cuja sensibilidade acaba no próprio calo:
i've had it. officially.

sábado, 18 de abril de 2015

pra quê
olho no olho
pra depois
fechar os olhos
desviar o olhar
mirar o infinito
e não mais ver?

sexta-feira, 17 de abril de 2015

escrever
cantar
ensinar
aprender

a ordem não importa. só quero ser capaz de viver alternando os quatro

quarta-feira, 8 de abril de 2015

is the high worth the pain?

pois é

"sem tempo"
"de fora"
"nem saco"

e eu que achei que tava dentro
e que já fazia parte -
assim como de mim já faz -
fiquei
pra
trás



quinta-feira, 2 de abril de 2015

surdez
seletiva

pra não lembrar depois

sexta-feira, 27 de março de 2015

cri cri

o grilo

que tá
no teto
- verde

que tava
na cama
- azul

que me deixa
na espera
- amarelo

quarta-feira, 18 de março de 2015

bub
b
ling

up

terça-feira, 17 de março de 2015

a bola que desce e sobe
que desceu e sumiu
mas que tá lá
ameaçando
emergir
a cada respiração

quinta-feira, 5 de março de 2015

por alguma razão desconhecida, acendeu-se na caixola o compartimento correspondente a uma memória vívida de um fim de tarde ocioso tipo esse de hoje. mas muito melhor que esse de hoje por eu ser ainda adolescente, (ainda mais) desocupada e estar com a boca cheia da divina mistura de bolo de fubá com erva doce e leite com nescau gelado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

sisos-fantasmas que me assombram

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

essas discórdias internas são barulhentas, mas a pele é grossa e abafa o som


(e fica só esse silêncio-fachada que eu quebro periodicamente pra ter certeza que ainda tô aqui)