segunda-feira, 1 de abril de 2013

uma parada

leio as promessas do povo de parar a cidade.
penso no tempo parado que o feriadão me tinha dado de presente.
horas e horas sem contar horas. minutos infindos de despreocupação com o tempo.
mas a volta pra casa traz o tiquetaquear forte aos meus ouvidos de novo.
meus segundos não contados passaram arrastados pra tantos outros corações desalentados.
e esses relógios compassados e ao mesmo tempo tão discrepantes não param.
a cidade vai parar, as vidas estacionarão em seus momentos difíceis, as pausas de café serão feitas, as engrenagens enferrujarão. mas o tempo permanecerá inflexível aos clamores de trégua. e talvez só por isso as engrenagens possam ser vistoriadas, os cigarros fumados, os passageiros restantes acalentados em suas dores e os protestos ouvidos.



3 comentários:

Unknown disse...

Muito bom, eu diria top!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Grayce Guglielmi Balod disse...

Verdade em forma de poesia.