sábado, 6 de fevereiro de 2010

Are you sure?

E vocês acreditam que eu escrevo um texto em SEIS PARTES para que, logo no outro dia, fosse convencida de que usei termos equivocados? Poisé.
Mas jura que eu vou reescrever tudo.. A idéia básica tá ali: sinta positivo, aja, colha o fruto e saboreie. Isso aí se chama vida.
Acordei tendo certeza.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O final feliz - Parte VI

Bom, acho que cheguei onde interessava mesmo: como evitar que as perdas sejam tão cruéis e, consequentemente, tornar nossa felicidade utópica possível? Se eu disser que o segredo tá num termo que eu ouvi numa aula de economia vai parecer a coisa menos "Júlia"do MUNDO! Mas o pior é que está: "diversificação de investimentos". Primeiramente, vamos ao que o termo representa e, para tal, voltaremos ao Big Brother.

Com aquele um milhão de reais, o ganhador pode simplesmente descobrir uma área indicada para investimento e socar toda a grana ali. A merda é que, se der errado vai tudo - todo o milhão - ralo abaixo. Realmente, se torna compreensível que o sujeito em questão se soterre junto, na sua frustração, e demore muito tempo para dar a volta por cima. Ou, o ganhador pode ser esperto e resolver DIVERSIFICAR OS INVESTIMENTOS. Gastar cada pequena quantia da fortuna de formas diferentes para assim, diminuir os riscos de perder seu dinheiro. Na Aula de Economia isso chegava a ser estúpido de tão óbvio. Investir menos em várias coisas ou apostar todas as fichas numa coisa só
? A probabilidade de perder tudo é infinitamente maior quando depende de apenas um elemento. Diversificando, o investidor se permite arriscar em coisas diferentes, já que se algo der errado, ele não vai falir, apenas perder uma pequena porcentagem do que tinha.

A mesma coisa serve pra nossa felicidade. A gente insiste em correr atrás de um prêmio só. E gastar ele todo da mesma maneira. Como, por exemplo, uma mulher que tem por sonho casar e ter filhos. Quando atinge sua meta e é, finalmente, feliz, passa a viver em função da família. Não tem mais as amigas, não tem uma vida profissional satisfatória, não sonhou com mais nada na vida. Aí, um belo dia, o marido sai de casa. Ou o filho morre num acidente de carro. Ou qualquer alternativa louca que arranque o único investimento da vida daquela mulher e jogue pela janela. Ou o homem de negócios que constrói uma empresa do nada e a torna uma potência. O que sobra de felicidade pra ele caso o seu reinado vá a falência? Realmente, difícil ser feliz depois de algo assim.

Mas e se em cada mínimo aspecto da minha vida eu me empenhar? E se o meu dia não depender só do meu emprego, mas também dos meus amigos, da minha família, do meu estudo, das minhas expectativas amorosas, do contato com cada pessoa com quem eu esbarro durante o dia, da dedicação a um novo hobby? Bom, aí se eu perder meu emprego, eu continuo tendo ótimos amigos, uma família legal, ... E por aí vai. E eu sei que alguém deve estar pensando que os exemplos são muito extremos e que a maior parte das pessoas "investe de forma diversificada". Mentira. O exemplo é um extremo, de fato. Mas todos nós tendemos a escolher um refúgio. Aquela razão pra viver. Se tudo estiver um lixo, pelo menos ainda existe o meu Deus ou a minha namorada ou o meu partido ou a minha mãe. Sendo que o raciocínio deveria ser inverso: mesmo que uma coisa falhe, eu tenho vários outros motivos pra querer acordar amanhã e fazer um dia ótimo.

E pra cobrir todas as possibilidades: e se der TUDO errado ao mesmo tempo
?
Pouco provável, porém possível. Bom, aí eu te digo o seguinte... Se tu perder a vida, não vai estar consciente pra lamentar e tocar a mesma adiante. Se tu tem condições de ficar ranzinza, quer dizer que ainda tem plena saúde pra correr atrás de cada moedinha e refazer teu milhão.

O final feliz - Parte V

E agora, José?

Então, foi justamente o que eu comecei dizendo: descobri o segredo da felicidade eterna (que já está quase por vir, segura firme!) e não o segredo do não-sofrimento. Ao lidar com uma perda, a pessoa se frustra, se magoa, sofre, chora, sente dor. Disso não se foge. E digo mais! Disso não se DEVE fugir. O período de cura é processo de uma tonelada de aprendizados. Querer pular tudo isso vai resultar em duas coisas: imaturidade e uma ferida mal-cicatrizada, daquelas que se abrem de novo sem dar muita explicação, trazendo toda a dor de volta.

Mas como diabos eu vou ser feliz em meio a tanta dor
?
Como que eu vou sorrir sinceramente numa segunda-feira de manhã com um buraco aberto no meio do peito
?

Todos dizem pra esperar o tempo passar, pois ele cura tudo. Não deixa de ser verdade: da mesma forma que com o passar do tempo um êxtase profundo vira apenas uma realidade a mais na tua vida, aquela dor lancinante vira apenas uma história cheia de lições pra tu passar adiante assim que alguém precisar ouvir algo reconfortante.

Mas o que eu descobri hoje - TCHÃ TCHÃ TCHÃ TCHÃÃÃÃ (trilha sonora de suspense) é que, querendo, a gente pode evitar que essas perdas sejam coisas tão devastadoras. E aí, sem um taco de baseball atravessando a tua cabeça, fica mais fácil ser feliz o tempo todo.

"Ai, Júlia, tu ainda não explicou COMO!"

O final feliz - Parte IV

A partir de agora, duas coisas podem acontecer. Mas, fato é, levam a um mesmo fim: transformação. A felicidade não permanece a vida toda sob a mesma forma.

1) Voltando à metáfora do BBB, aquele ex-participante, agora milionário, um belo dia vai se acostumar à nova vida. E não que eu esteja dizendo que essa nova vida não o faça feliz. Mas conforme a sensação de conquista se distancia, tudo que era novo, já se tornou cotidiano. E o ser humano necessita de objetivos, de planos. Conforme fixa outras metas, ele deposita nelas, novamente, a felicidade. E começa um novo jogo, o vencedor volta a ser mero participante, em busca do prêmio final.

Essa hipótese é natural e é o desejo de todos: que a felicidade nunca se vá, apenas se transmute. Enquanto briga pelo outro prêmio, o jogador pode continuar rico, se souber administrar sua fortuna. Aí é só acumular felicidade, realizações e morrer tranquilo, sabendo que aproveitou o que tinha pra aproveitar.

2) Numa segunda hipótese, a vida nos foge de controle. Coisas inesperadas acontecem e nem o mais faceiro dos indivíduos pode evitar, apenas por energias positivas que emana, o mundo de girar. Um assalto ao cofre onde o milhão se encontrava. Uma queda brusca na bolsa de valores. A vida pode te tirar de chofre toda a felicidade que tu tinha nas mãos, assim, sem aviso prévio.

Isso é o que acontece em outros muitos casos e que ninguém deseja para si: lidar com a perda. A morte, o divórcio, a falência. Qualquer que seja, a dor da perda é se sentir impotente frente a uma situação. Na minha opinião, o pior sentimento que existe... Assistir teu milhão ser roubado com uma arma na cabeça. Não há nada o que fazer, teu dinheiro nunca mais vai voltar. Assim como não se pode voltar no tempo, não se pode ressuscitar pessoas, não se pode recriar sentimentos idênticos aos que já foram sentidos outrora.

O final feliz - Parte III

E agora vem a parte da metáfora. Foi a que me veio na mente na hora. E é patética.
(Tô com vergonha de realmente continuar o texto usando isso como comparação, mas que se foda, foi o que me surgiu na cabeça)

OS PARALELOS

Ok, imagine agora que a vida é o Big Brother.
Dentro da casa, acontecem inúmeras coisas, tu conhece pessoas, rolam atritos, tu sente pressão, tu sente saudade. Existem mil fatos, sentimentos e coisas para se viver. No entanto, o objetivo do jogo é ganhar o milhão. Portanto, o milhão é o teu foco.

Essa é a felicidade.
Existem inúmeras coisas permeando nossa vida, mas no fim de cada dia, o que vale é a gente se sentir mais perto de conquistar aquilo que vai nos trazer felicidade. Ou de já estar feliz.

O jogo se desenrola bem e, passadas diversas provas, tu conquista o teu objetivo. Tu leva o milhão pra casa. Vem aquela sensação de euforia louca, de plenitude, de nirvana, de êxtase, de meu-Deus-eu-posso-acabar-explodindo-se-sentir-isso-durante-mais-um-minuto. E, realmente, a gente morreria se ficasse numa descarga eterna de adrenalina.

Essa é a conquista.
A sensação de conquista é o que mais se confunde com felicidade. Por ser intenso e extremamente prazeroso, aquele momento de vitória parece ser o pódio da nossa vida. Muitos vivem em função daqueles poucos minutos de taquicardia. Mas a felicidade não é aquele momento. Até porque, felicidade não é o que tu sente ao conquistar algo, mas o sentimento que aquela coisa em si vai te proporcionar posteriormente.

Bom, agora tu é o mais badalado novo-rico do Brasil. O mundo parece estar aos teus pés e nada consegue tirar o sorriso do teu rosto. Nada é impossível, nada pode te segurar. As pessoas sentem aquilo, se aproximam. Uma enxurrada de coisa boa acontece. E se três bigornas caírem no teu caminho agora, tu tem plena condição de lidar com aquilo.

Essa é a manifestação da felicidade.
Estar feliz tem a capacidade quase que sobrenatural de transformar o que te cerca. E quanto mais tu observa as mudanças acontecendo, mais feliz tu fica. E é uma bola de neve, felicidade gera felicidade. Coisas boas atraem coisas boas. (Eu sei que essa TAMBÉM já descobriram antes, ok?).

O final feliz - Parte II

Qualquer um que tenha conversado mais de 30 minutos comigo sobre alguma coisa relativamente séria e/ou polêmica sabe que, por mais tosca que seja, a metáfora é a minha forma genuína de expressão. Eu só consigo realmente entender algo complexo quando traço paralelos com situações mais palpáveis, mais visualizáveis pra mim mesma. E sempre que crio uma metáfora para fazer com que o outro entenda do que estou falando, tenho aquele insight subsequente em que EU mesma entendo alguns aspectos novos que não tinha captado ainda.

Foi o que me aconteceu hoje, enquanto vinha caminhando pela Osvaldo Aranha, ouvindo meu rádio e cantando alto. Eu vinha refletindo sobre o quão feliz estava e sobre quão bom havia sido o meu dia. Mas o ponto alto da minha argumentação comigo mesma era: DA ONDE TANTA SATISFAÇÃO? Pra que vocês me entendam bem, vou ser extremamente sincera. Corram os olhos pelos posts do fim do ano passado em diante. Nem precisa ler, é só sentir o azedume que sai daquilo tudo. Entendido? Depois de momentos assim, é preciso bem mais que um dia qualquer pra te colocar um sorriso no rosto. Mesmo que há tempos já não houvesse tristeza, reinava uma certa desesperança.

Ah! Antes que vocês pensem: "Que merda! Fui enganado! Essa guria não sabe porra de segredo de merda de felicidade nenhuma! Tô lendo 90 parágrafos e ela nem chegou perto de falar algo interessante." Eu sei disso. Mas é que tanto rodeio tem, sim, um bom motivo. Eu não quero chegar e dizer: "a moral é essa aqui, pensa assim que vai ser o máximo". Eu quero que vocês se sintam na minha pele, estejam andando comigo naquela Avenida há 3 horas atrás, liguem os mesmos pontinhos que eu liguei e, de repente.. TCHANÃ! Tenham a mesma luz que eu tive. Porque eu só estou escrevendo isso aqui desse jeito, como quem dá uma palestra, porque realmente acho relevante. Se assim não fosse, teria twittado em 140 caracteres e em forma de piada. Mas eu realmente gostaria de que pelo menos uma pessoa viesse até aqui, lesse, tivesse a mesma epifania e pudesse, assim como pretendo eu, ser feliz pra sempre :)

Então, voltando à Osvaldo Aranha: eu fiquei matutando tudo que tinha me acontecido nos últimos dias que foi me preparando praquele momento. Coisas pequenas. Ou simples. Ou aleatórias. Tudo em diminutivo: pequenas expectativas, pequenas decepções, pequenas realizações. Um dia engraçado, uma situação inesperada, demonstrações cotidianas de carinho por parte de gente que eu amo, uma aula excepcionalmente boa, sei lá. Incontáveis grãos que foram se acumulando nas últimas semanas até subirem na minha cabeça e me sacudirem pra enxergar: são grãos. Mínimas porções de coisas totalmente distintas que juntos tinham capacidade maior do que muito pedregulho por aí. E agora vocês todos vão pensar: "Por favor, não me diz que TU DESCOBRIU que 'a felicidade está nas coisas simples da vida'?" Hahaha. Não, não fui eu e nem foi hoje. Essa parte é praticamente senso comum. Mas ela é apenas uma conclusão, sem grandes efeitos práticos.

- Quais são as coisas simples da vida? Em que momento elas passam a ter graça mesmo? Como a gente faz pra que elas venham duma vez e tragam de arrasto nossa felicidade?
PORRA, SIMPLICIDADE, TÁ ME TIRANDO!

O final feliz - Parte I

Tô começando esse post sem saber por onde que faço isso. Se eu estivesse menos cansada teria vindo pulando Santo Antônio acima depois que me dei conta do produto final da teoria que eu vim trabalhando enquanto caminhava. Que produto seria esse? Parece ambicioso dizer isso, mas cheguei à conclusão de que descobri o segredo da felicidade eterna.

Pois é, se eu fosse a autora de "Quem Mexeu no Meu Queijo
?", teria um segundo best-seller mundial, tenho certeza. Não pela minha teoria, que é, na verdade, ABSURDAMENTE simples. Mas pelo inimaginável que parece essa promessa. Afinal de contas, não é atrás disso que vivemos? Do nosso "E viveram felizes para sempre"?

Antes de mais nada eu quero REPETIR o que foi que descobri, pra não criar falsas expectativas nos leitores. Foi o segredo da FELICIDADE ETERNA. Não foi o segredo da ausência de momentos ruins. Não foi o segredo do orgasmo de 10 dias. Não foi o segredo da imortalidade de entes queridos. Não foi o segredo de como ter a Megan Fox tortamente apaixonada e fiel a sua pessoa pelo resto da vida. Então, pra desconfudir, precisamos rever nosso conceito de felicidade. Pra mim, felicidade é a paz de espírito, a clareza de visão, a vontade de acordar, o prazer de estar vivo. Se a gente entrou em acordo sobre o que é felicidade, então podemos seguir adiante. Se não, tudo bem. Só não vá me chamar de mentirosa porque eu não descobri um poço de petróleo infinito mas sim, uma forma de viver a vida.