quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O final feliz - Parte VI

Bom, acho que cheguei onde interessava mesmo: como evitar que as perdas sejam tão cruéis e, consequentemente, tornar nossa felicidade utópica possível? Se eu disser que o segredo tá num termo que eu ouvi numa aula de economia vai parecer a coisa menos "Júlia"do MUNDO! Mas o pior é que está: "diversificação de investimentos". Primeiramente, vamos ao que o termo representa e, para tal, voltaremos ao Big Brother.

Com aquele um milhão de reais, o ganhador pode simplesmente descobrir uma área indicada para investimento e socar toda a grana ali. A merda é que, se der errado vai tudo - todo o milhão - ralo abaixo. Realmente, se torna compreensível que o sujeito em questão se soterre junto, na sua frustração, e demore muito tempo para dar a volta por cima. Ou, o ganhador pode ser esperto e resolver DIVERSIFICAR OS INVESTIMENTOS. Gastar cada pequena quantia da fortuna de formas diferentes para assim, diminuir os riscos de perder seu dinheiro. Na Aula de Economia isso chegava a ser estúpido de tão óbvio. Investir menos em várias coisas ou apostar todas as fichas numa coisa só
? A probabilidade de perder tudo é infinitamente maior quando depende de apenas um elemento. Diversificando, o investidor se permite arriscar em coisas diferentes, já que se algo der errado, ele não vai falir, apenas perder uma pequena porcentagem do que tinha.

A mesma coisa serve pra nossa felicidade. A gente insiste em correr atrás de um prêmio só. E gastar ele todo da mesma maneira. Como, por exemplo, uma mulher que tem por sonho casar e ter filhos. Quando atinge sua meta e é, finalmente, feliz, passa a viver em função da família. Não tem mais as amigas, não tem uma vida profissional satisfatória, não sonhou com mais nada na vida. Aí, um belo dia, o marido sai de casa. Ou o filho morre num acidente de carro. Ou qualquer alternativa louca que arranque o único investimento da vida daquela mulher e jogue pela janela. Ou o homem de negócios que constrói uma empresa do nada e a torna uma potência. O que sobra de felicidade pra ele caso o seu reinado vá a falência? Realmente, difícil ser feliz depois de algo assim.

Mas e se em cada mínimo aspecto da minha vida eu me empenhar? E se o meu dia não depender só do meu emprego, mas também dos meus amigos, da minha família, do meu estudo, das minhas expectativas amorosas, do contato com cada pessoa com quem eu esbarro durante o dia, da dedicação a um novo hobby? Bom, aí se eu perder meu emprego, eu continuo tendo ótimos amigos, uma família legal, ... E por aí vai. E eu sei que alguém deve estar pensando que os exemplos são muito extremos e que a maior parte das pessoas "investe de forma diversificada". Mentira. O exemplo é um extremo, de fato. Mas todos nós tendemos a escolher um refúgio. Aquela razão pra viver. Se tudo estiver um lixo, pelo menos ainda existe o meu Deus ou a minha namorada ou o meu partido ou a minha mãe. Sendo que o raciocínio deveria ser inverso: mesmo que uma coisa falhe, eu tenho vários outros motivos pra querer acordar amanhã e fazer um dia ótimo.

E pra cobrir todas as possibilidades: e se der TUDO errado ao mesmo tempo
?
Pouco provável, porém possível. Bom, aí eu te digo o seguinte... Se tu perder a vida, não vai estar consciente pra lamentar e tocar a mesma adiante. Se tu tem condições de ficar ranzinza, quer dizer que ainda tem plena saúde pra correr atrás de cada moedinha e refazer teu milhão.

Nenhum comentário: