quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O final feliz - Parte II

Qualquer um que tenha conversado mais de 30 minutos comigo sobre alguma coisa relativamente séria e/ou polêmica sabe que, por mais tosca que seja, a metáfora é a minha forma genuína de expressão. Eu só consigo realmente entender algo complexo quando traço paralelos com situações mais palpáveis, mais visualizáveis pra mim mesma. E sempre que crio uma metáfora para fazer com que o outro entenda do que estou falando, tenho aquele insight subsequente em que EU mesma entendo alguns aspectos novos que não tinha captado ainda.

Foi o que me aconteceu hoje, enquanto vinha caminhando pela Osvaldo Aranha, ouvindo meu rádio e cantando alto. Eu vinha refletindo sobre o quão feliz estava e sobre quão bom havia sido o meu dia. Mas o ponto alto da minha argumentação comigo mesma era: DA ONDE TANTA SATISFAÇÃO? Pra que vocês me entendam bem, vou ser extremamente sincera. Corram os olhos pelos posts do fim do ano passado em diante. Nem precisa ler, é só sentir o azedume que sai daquilo tudo. Entendido? Depois de momentos assim, é preciso bem mais que um dia qualquer pra te colocar um sorriso no rosto. Mesmo que há tempos já não houvesse tristeza, reinava uma certa desesperança.

Ah! Antes que vocês pensem: "Que merda! Fui enganado! Essa guria não sabe porra de segredo de merda de felicidade nenhuma! Tô lendo 90 parágrafos e ela nem chegou perto de falar algo interessante." Eu sei disso. Mas é que tanto rodeio tem, sim, um bom motivo. Eu não quero chegar e dizer: "a moral é essa aqui, pensa assim que vai ser o máximo". Eu quero que vocês se sintam na minha pele, estejam andando comigo naquela Avenida há 3 horas atrás, liguem os mesmos pontinhos que eu liguei e, de repente.. TCHANÃ! Tenham a mesma luz que eu tive. Porque eu só estou escrevendo isso aqui desse jeito, como quem dá uma palestra, porque realmente acho relevante. Se assim não fosse, teria twittado em 140 caracteres e em forma de piada. Mas eu realmente gostaria de que pelo menos uma pessoa viesse até aqui, lesse, tivesse a mesma epifania e pudesse, assim como pretendo eu, ser feliz pra sempre :)

Então, voltando à Osvaldo Aranha: eu fiquei matutando tudo que tinha me acontecido nos últimos dias que foi me preparando praquele momento. Coisas pequenas. Ou simples. Ou aleatórias. Tudo em diminutivo: pequenas expectativas, pequenas decepções, pequenas realizações. Um dia engraçado, uma situação inesperada, demonstrações cotidianas de carinho por parte de gente que eu amo, uma aula excepcionalmente boa, sei lá. Incontáveis grãos que foram se acumulando nas últimas semanas até subirem na minha cabeça e me sacudirem pra enxergar: são grãos. Mínimas porções de coisas totalmente distintas que juntos tinham capacidade maior do que muito pedregulho por aí. E agora vocês todos vão pensar: "Por favor, não me diz que TU DESCOBRIU que 'a felicidade está nas coisas simples da vida'?" Hahaha. Não, não fui eu e nem foi hoje. Essa parte é praticamente senso comum. Mas ela é apenas uma conclusão, sem grandes efeitos práticos.

- Quais são as coisas simples da vida? Em que momento elas passam a ter graça mesmo? Como a gente faz pra que elas venham duma vez e tragam de arrasto nossa felicidade?
PORRA, SIMPLICIDADE, TÁ ME TIRANDO!

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