terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

verborragia

me acomete sempre em madrugadas. talvez em manhãs ou tardes quando já estou insone desde a noite anterior. a verdade é que me digo muitas verdades nessas horas. o problema é que sempre desagua numa ressaca. a gente frita os miolos quando pensa demais. eu to aqui botando pra fora nem um por centinho do enxame verbal que tá rolando inside. não é a toa que eu me distraio da vida nesses períodos. ou faço questão de. não dá pra aguentar viver comigo mesmo matraqueando. entendo quem não queira. mas a questão é que eu to nessa obrigação moral de conviver com a voz. que às vezes nem voz é. mas que martela de forma constante e insistente. sempre de madrugada, acho isso bem interessante. é como se eu acordasse na marcha mais lenta que dê pra imaginar e fosse acelerando ao longo do dia. e se não vou dormir na hora certa eu passo o retorno, pego a freeway, me grudo num rebite e vou até são paulo num fôlego só. é inconsequente apesar de eu ter total noção de que está acontecendo e do que vai se seguir. mas eu não consigo evitar. é uma viagem e tanto. com a carga leve, a janela bem aberta e o som torando.

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