quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

o restaurante era tradicional, do "gringo". a gente entra pela porta da frente e o lugar é uma mistura de casa antiga, labirinto e armazém. todos parecem aparentados, compartilham a cara do gringo pai. e então começam as luzes. flashes de luz amarela, como se alguém estivesse brincando com uma caneta neon capaz de tingir o ar. mas não escrevia nada. só riscava e apagava rapidamente. eu percebi que não era o único a ver. todos viam. ninguém falava nada. eles se divertiam com a nossa surpresa. flashes azuis, múltiplos e bem mais longos apareceram também. eu acompanhava tudo sem sequer piscar. surge um ponto de luz amarela, como se o pintor estivesse com a caneta pronta mas sem nenhum ideia. pela primeira vez a luz se sustenta por mais de um segundo. e vem vindo na minha direção. eu não estou mais surpreso nem ansioso, só espero a luz entrar peito adentro e é exatamente isso que ela faz.

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