sexta-feira, 18 de setembro de 2009

:)

Das mil facetas que temos todos, ressalto aqui as tuas que mais me cativam:
Teu eu pelas manhãs;
[Inconsciente do mundo, da vida e do tempo lá fora e,
mesmo assim - sabe-se Deus como -,
consciente de mim.
Abrindo os olhos devagar,
respingando de verde o quarto todo,
esboçando um sorriso,
o rosto corado de sono, infantil,
me abraçando.
Não durmo mais, mas não me importo que o faças,
desde que teu braço continue repousando sobre mim.]
Teu eu pelas tardes;
[Sorrindo, uivando, trovando à toa.
Pondo-me à par de cada detalhe que perdi
em todos os anos em que não estive por perto.
Desatando a contar peripécias de infância
ou inocentemente planejando o futuro,
que desponta e nos aguarda, feliz.]
Teu eu quando anoitece;
[A cada palavra não dita
são dois abraços sinceros,
ou beijos compridos...
E a cada gesto retribuído
são dois desejos que crescem,
palpitam, eriçam os pêlos e dão calor.
E a cada pulsação tua se segue uma minha,
e outra tua e outra minha,
até se confundirem e se fundirem.
Já não há mais como dizer o que ainda é o teu corpo,
tampouco sei onde acaba o meu.]
Teu eu nas madrugadas;
[As sombras que dançam na parede,
tua silhueta na porta do quarto,
teu gosto na minha boca,
tua boca - só minha.
As conversas sussurradas,
meio dormindo, meio acordadas.
Minha vontade de permanecer desperta,
ainda que já entre luz pelas frestas da janela.
Teu corpo esticado, um cigarro aceso...
Saber que não há sonho que valha a pena,
tendo em vista a realidade.]
E, ainda, teu eu quando estás longe.
[Teu cheiro por tudo, as músicas no rádio,
o filme na TV, um alerta no celular.
Pensar no que dirias a cada situação,
caso estivesses comigo.
Uma ligação sem propósito no meio do dia,
um "eu te amo" no meio da noite.]
E o fato é que, a cada vez que me perguntam mecanicamente:
- Tudo bem?
Eu penso em ti. E respondo:
- Tudo ótimo.

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