quinta-feira, 12 de junho de 2008

Metáfora

"- Tipo ácido - ela disse enquanto pegava o copo da mesa.

- Como assim? - indaguei, limpando o círculo de água que eventualmente mancharia a madeira.

- Que nem o cara que mergulhava o corpo das vítimas numa banheira de ácido, coisa e tal. Deve ser a pior dor... Mas depois não sobra nada, entende?

Ela me olhava como se fosse clara e pululante a ligação entre o Vampiro de Londres e o meu recente desamor.

- Mas sempre ficam as lembranças. - retruquei.

- Num dado momento elas cessam de pertubar o sono. Aí tu vai ver de perto... - ela suspirou e deu um passo à frente - e não tem mais nada ali... Só o ácido.

Ela deu um último gole, largou o copo na pia e me abraçou.

- Tá, esquece a droga do ácido... O que eu sei é que passa. E quando tu quiser alguém pra manchar essa tua mesinha de canto, me liga.

Sempre tive bons amigos."


Um comentário:

Athos Aguiar disse...

Não sei quem são as pessoas do diálogo (pelo menos não as duas), mas nem precisava... e mesmo que eu não entendesse bulhufas eu ia achar moooito legal!

AMO!

Beijããão!