Eu me escoro na parede oposta e fico a observar.
O nada. Bem que poderia ter algo ali - mas não tem.
Algumas linhas coloridas flutuam sobre a parede branca e eu pisco os olhos por achar serem eles os criadores de tal efeito. Mas elas continuam ali, em leve movimento ondulatório, como as miragens de asfalto.
Agora são várias e já formam uma silhueta humana, levemente familiar.
Elas se afastam gradualmente da parede, ganham mais consistência, dimensão e agora estão a uns 10 cm de mim.
Aproximo minha mão do rosto e a reação é como a de água ao vento: um desvio educado, me impedindo de lhe tocar.
Odeio projeções holográficas!, são tão perfeitas...
Mas invariavelmente recusam o nosso amor.
2 comentários:
Nunca gostei muito dessas projeções holográficas... esses dias deu linha cruzada aqui e a Ana Carolina apareceu no meu banheiro cantando "minha garganta arranha a tinta e os azulejos!", vê se pode?!
Cansei, vou lá na loja trocar por um celular Nokia 5120 e ponto!
PONTO.
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