Lá
se vai
outro -
mais um!
quantos mais?
quantos ao todo?
e a pergunta
que realmente
fica:
de quantos preciso?
um pedaço
meu
tá sempre de malas prontas, ansioso.
enquanto o outro,
curioso,
quer caminhar devagar.
ver o que há pra se ver
e viver
um pouco
Mais.
e o que habita
esse dia
é misto
de ânsias
e calmaria.
desassosego na alma
(que aproveita a ocasião
pra pôr a cara pra fora
e tomar um
vento)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
me apresso. porque não tenho tintas para pintar. nem mãos de pintora. e porque não tenho uma câmera fotográfica que faça jus ao que eu vejo agora pela janela.
a moldura do quadro se faz de vidro sujo, meia janela aberta e prédios enegrecidos pela noite que ainda não se foi por completo. mas já piam passarinhos. e a tela. ah, a tela. é o fundo azul, de escuro a claro, conforme baixo os olhos, acrescido de uma borda inferior: uma pincelada grossa, laranja e rosa com traços de cinza, mesclados a um amarelo que já desponta.
(conforme respiro as nuvens vão se espalhando. um pincel de vento que espalha a cor. e um vermelho muito intenso se mostra num ponto que antes não existia. olha quem vem chegando.)
a moldura do quadro se faz de vidro sujo, meia janela aberta e prédios enegrecidos pela noite que ainda não se foi por completo. mas já piam passarinhos. e a tela. ah, a tela. é o fundo azul, de escuro a claro, conforme baixo os olhos, acrescido de uma borda inferior: uma pincelada grossa, laranja e rosa com traços de cinza, mesclados a um amarelo que já desponta.
(conforme respiro as nuvens vão se espalhando. um pincel de vento que espalha a cor. e um vermelho muito intenso se mostra num ponto que antes não existia. olha quem vem chegando.)
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
eu só peço a Deus...
eles podem não me entender, mas eles se esforçam tanto nesse sentido! e que prova maior de amor do que tentar fazer parte da vida de alguém cuja vida desafia tudo em que se acredita piamente? eles me amam tanto que me dá esse nó na garganta. penso que talvez eu nunca seja capaz de amar assim. na verdade, como eu já cantava desde bem cedo, imitando a voz da cássia (e criando a minha no processo): eu sou poeta e não aprendi a amar.
sábado, 21 de dezembro de 2013
Quintanando a nuvem do Mario
a mesma nuvenzinha sonhadora,
que pairava no céu azul de Porto Alegre
quando o Poeta escrevia "A Carta",
agora passa pela minha janela...
e me pergunta se não lhe escrevo outro verso.
bem que eu quis!
mas o vento soprou forte enquanto eu media palavras
e levou a nuvenzinha pra longe.
tudo bem! creio eu que o vento sabe pra onde sopra
(e deixo a janela aberta, caso ela volte)
que pairava no céu azul de Porto Alegre
quando o Poeta escrevia "A Carta",
agora passa pela minha janela...
e me pergunta se não lhe escrevo outro verso.
bem que eu quis!
mas o vento soprou forte enquanto eu media palavras
e levou a nuvenzinha pra longe.
tudo bem! creio eu que o vento sabe pra onde sopra
(e deixo a janela aberta, caso ela volte)
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
tiro o pó do livro de sonetos
e florbela (me) espanca!
-
Volúpia
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
Florbela Espanca (Sonetos)
e florbela (me) espanca!
-
Volúpia
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
Florbela Espanca (Sonetos)
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
um pouco antes do sol
eu gosto do silêncio. o silêncio que nunca é, de fato, silencioso. que permite o ritmo do mundo de compôr sem interrupção. só a passagem irregular de automóveis na rua. os insetos. passarinhos, talvez? uma voz que causa eco. as teclas que descem sob os meus dedos, na batida do pensamento. (e meu sangue no contratempo, como sempre).
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
"Deve haver algum sentido no fato de Stanley Polansky ter nascido. Será que eu nasci só para comer, foder, cagar como todos os outros animais que enchem o planeta com seus excrementos? Deve existir um sentido mais profundo, um intuito mais elevado.
Por quê? Por que deve existir um sentido mais profundo e um intuito mais elevado? Egoísta, egomaníaco! Quem é você, e como é que você pode determinar que tem, que há de existir um sentido no fato de você existir? Os insetos se preocupam com os motivos de sua existência? Eles estão ali. Comem, vivem, morrem, e são insetos, baratas. Eles nunca se olham no espelho num dia qualquer, dizendo: Senhora barata, por que você está se olhando no espelho? A barata simplesmente sobe pelo espelho à cata de mais uma migalhinha de comida, ou talvez à procura de uma outra barata.
Então, meu amigo, de que forma você é diferente de uma barata? Você se levanta de manhã, e como a barata, vai procurar sua comidinha. Depois, igualzinho à barata, anda por aí, procurando por outra barata igual à você.
- Mas existe um sentido mais profundo!
- Quem disse que tem?
- Eu digo!
- Você, uma barata. Quem é você, para poder falar?
- Eu sou um homem.
- Você já falou isso antes, mas o que é um homem? Quais livros definem o que é um homem? Quem disse que você é mais do que uma barata? Tudo não passa de uma ilusão, ouviu? É tudo um sonho. É uma fantasia. É algo que anda cutucando um cérebro atormentado, repetindo-se sempre como um disco quebrado: Eu sou alguém, eu sou alguém. Pois você não é ninguém. O que você me diz disto?
- Impossível.
- Impossível, por quê? Você não consegue aceitar a possibilidade de você ser ninguém?
- Não, meu Deus, eu não posso."
Por quê? Por que deve existir um sentido mais profundo e um intuito mais elevado? Egoísta, egomaníaco! Quem é você, e como é que você pode determinar que tem, que há de existir um sentido no fato de você existir? Os insetos se preocupam com os motivos de sua existência? Eles estão ali. Comem, vivem, morrem, e são insetos, baratas. Eles nunca se olham no espelho num dia qualquer, dizendo: Senhora barata, por que você está se olhando no espelho? A barata simplesmente sobe pelo espelho à cata de mais uma migalhinha de comida, ou talvez à procura de uma outra barata.
Então, meu amigo, de que forma você é diferente de uma barata? Você se levanta de manhã, e como a barata, vai procurar sua comidinha. Depois, igualzinho à barata, anda por aí, procurando por outra barata igual à você.
- Mas existe um sentido mais profundo!
- Quem disse que tem?
- Eu digo!
- Você, uma barata. Quem é você, para poder falar?
- Eu sou um homem.
- Você já falou isso antes, mas o que é um homem? Quais livros definem o que é um homem? Quem disse que você é mais do que uma barata? Tudo não passa de uma ilusão, ouviu? É tudo um sonho. É uma fantasia. É algo que anda cutucando um cérebro atormentado, repetindo-se sempre como um disco quebrado: Eu sou alguém, eu sou alguém. Pois você não é ninguém. O que você me diz disto?
- Impossível.
- Impossível, por quê? Você não consegue aceitar a possibilidade de você ser ninguém?
- Não, meu Deus, eu não posso."
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
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